Direito à educação de qualidade

17 de Fevereiro de 2014
João de Carvalho

João de Carvalho

APRAZ-ME citar neste ensaio, uma passagem dos Sermões da Sexagésima, do Padre Antônio Vieira, onde a expressividade e clareza dos termos estão a serviço da ideia, com absoluta precisão, através do texto intitulado “O Estatuário”.

“Concedo-vos que esse índio bárbaro e rude seja uma pedra: vêde o que faz em uma pedra a arte. Arranca o estatuário uma pedra dessas montanhas, tosca, bruta, dura, informe e depois que desbastou o mais grosso, toma o maço e o cinzel na mão e começa a formar um homem primeiro membro a membro, e depois, feição por feição, até a mais miúda: ondeia-lhe os cabelos, alisa-lhe a testa, rasga-lhe os olhos, afila-lhe o nariz, abre-lhe a boca, avulta-lhe as faces, torneia-lhe o pescoço, estende-lhe os braços, espalma-lhe as mãos, divide-lhe os dedos, lança-lhe os vestidos; aqui desprega, ali arruga, acolá recama; e fica um homem perfeito, e talvez um santo, que se pode por no altar. O mesmo será cá, se a vossa indústria não faltar à graça divina”.

É um texto em que o autor mostra que a pedra pode mudar-se, pela arte, pela competência do cinzelador, do entalhador, do escultor, numa estátua de rara beleza e perfeição.

A educação lida com situação muito semelhante à esta, exposta (escrita) pelo notável orador religioso, de extraordinário saber literário.

O ÍNDIO deixava-se conduzir pelas mãos de seu mestre e amigo. O educando tem de ser dócil aos ensinamentos de seu mestre. Nesta simbiose educacional, quem mais usufrui será sempre o aluno. O índio pela graça divina podia mudar-se num homem perfeito. Daí o crescimento dele aos olhos dos colonos seus escravizadores.

Infelizmente a educação de qualidade, no Brasil, está longe de ser alcançada, atingida por todos os brasileiros. As localidades mais pobres, na periferia das cidades especial e precipuamente, nas grandes metrópoles, padecem de insuficiência de recursos para construir e equipar escolas e pagar salários dignos aos professores.

Nossa cidade, Itabirito, goza de excelente privilégio, em relação, sobretudo de escolas, quer sejam particulares, quer públicas. Há quarenta anos, de forma sequenciada e positiva, os poderes competentes quer políticos, quer empresariais, sempre se voltaram, com competência e assiduidade, ao desenvolvimento educacional do município.

Hoje, colhem-se os resultados com grande expressão. Há escola para todos que assim desejarem. O que se lamenta neste país é constatarmos que há um número cada vez menor de pessoas querendo exercer o magistério, acredito. O motivo é muito simples, mas ainda longe de ser resolvido, ou seja, a baixa remuneração dos professores.

O Senador Cristóvão Buarque, acredito, é a única voz competente, persistente, clara e apaixonada, diria, pela educação, nos setores legislativos federais atuais. Ele é o grande arauto da defesa de uma educação de qualidade e combate ao analfabetismo. Não há ninguém mais com a mesma visão fundamental, sobre educação, como a dele.

EM SUMA, é preciso ouvi-lo. O Brasil só evoluirá com educação de qualidade, com universidades de Excelência e uma educação básica para todos.

A rede Brasil atual (RBA) mostra que há desigualdades regionais, falta de professores, baixa remuneração e escassez de recursos. Vejam os 10 maiores problemas da escola pública brasileira, veiculados pela INTERNET, com ordem, técnica e pedagogia expositivas, no verbete educação, escrita por Guiomar Namo de Mello.

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook