O promotor Marcos Paulo de Miranda Gomes, coordenador do da Promotoria Especializada de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, confirmou que os compradores do Dom Bosco, prédio e terrenos, desistiram do negócio, conforme comunicação de distrato que apresentaram no fim da semana passada ao Ministério Público de Ouro.
Informou ainda o promotor que o Ministério Público realiza gestões junto à Advocacia Geral do Estado no sentido de que a propriedade retorne ao Estado, sustentando a tese de que o Dom Bosco foi cedido, em 1893, à Congregação Salesiana para fins exclusivamente educacionais, que não mais existem.
Após várias tentativas de dar adequada destinação de uso ao antigo quartel do Regimento de Cavalaria da Colônia, o governo imperial, por determinação de Dom Pedro II, que esteve em Ouro Preto em 1881, passou a gestão para o Estado, sendo governador Afonso Moreira Penna. O Estado, após mais uma tentativa fracassada, de fazer funcionar a Colônia Agrícola Cesário Alvim, resolveu ceder a propriedade à Ordem Salesiana que, durante um século, manteve um educandário e, nos últimos dez anos, uma hospedaria.
Se o Estado reivindicar a posse, como deseja o Ministério Público Estadual, abre-se uma nova discussão quanto à destinação do Dom Bosco, já havendo a manifestação do reitor da UFOP, professor João Luís Martins, desejoso de ali instalar novas unidades acadêmicas. Existem, no entanto, novas propostas e idéias que serão apresentadas ao debate, especialmente quanto ao movimento “O Dom Bosco é nosso”, que foi o vitorioso nesta campanha, junto com a população de Cachoeira do Campo, que deseja saber como ficarão os outros compradores de terrenos do Dom Bosco, alguns já citados na Ação Civil Pública ajuizada em Ouro Preto.