É nóis no pedaço e que se dane o resto!

15 de Junho de 2018
Jornal O Liberal

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Ao andar pelas ruas (leia-se calçadas ou passeios) o cidadão, às vezes, se sente como marginal, em estado de incoerência, ou mesmo como peixe fora d’água, em razão da discrepância entre o conceito de espaço público e o uso que se faz dele. Com o famigerado jeitinho, ou mediante a tática, “tenta, se colar, a gente continua”, o que é de todos passa a ser - ou usado - de um ou de um grupo. Quase sempre cola, porque se a patuleia zoa (zoar, aqui é falar indiretamente ou para as paredes) mas não reclama, os “home” se fingem de mortos e não fiscalizam. Daí, os que se acham donos do pedaço fazem o que querem: em cima dos passeios, perenizam-se depósitos de material ou se estacionam veículos, estabelecem-se mostras de mercadorias ou, simplesmente, o espaço é bloqueado para passantes mediante colocação de pedras. Quem quiser que passe no meio da rua, em disputa do espaço com veículos em circulação. Como já dito, não havendo reclamação e, muito menos, fiscalização, criam-se outras modalidades de invasão do espaço, que seria de todos. A mais nova é o botequim, isso mesmo, com bebidas e tira-gostos como convém a estabelecimentos do gênero; temporário, é verdade, com dia e hora certa para funcionar, para alegria de uns e azucrinação de quem precisa passar pelo mesmo lugar. Quem ousa usufruir do seu direito e “viola” o espaço invadido, ainda tem de ouvir piadinhas ou indiretas provocativas. Ao fim de tudo, tais invasores sentam-se no próprio rabo para criticar e condenar políticos, que roubaram dinheiro público!

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