Educação de qualidade, antes de tudo

11 de Março de 2015
Jornal O Liberal

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Enquanto se preenchem estas linhas, enorme expectativa/curiosidade gira em torno da lista de políticos, supostamente, envolvidos no mega escândalo da Petrobrás. Provavelmente, quando esta edição estiver nas mãos do leitor, dita lista ainda será mistério a corroer a imaginação, tal como intricadas tramas de antigos romances policiais, lidos quando, proporcionalmente, o Brasil lia mais do que hoje. Um indaga: será que aquele pilantra, que não atendeu ao meu pedido, está na lista? Outro: ah! Quero ver a cara de fulano, safado que votou contra aquela regalia que teríamos; ele também deve estar envolvido. Mais sentimento de vingança, por este ou aquele interesse pessoal contrariado, move a expectativa da sociedade, do que verdadeira indignação contra a desonestidade, no sentido mais amplo, e em todos os setores! Querem mais é ver o circo pegar fogo! E, literalmente, quase pega com o radicalismo grevista a paralisar, parcialmente, a economia, prejudicar doentes em hospitais e fechar escolas. E se não bastasse, um ex-presidente da República sugere convocação do que ele chama de “exército” do MST para lutar nas ruas. Pergunta-se: o Brasil tem jeito? A persistir nesse caminho, difícil chegar a destino confiável, por nós outros aguardados, quando jovens. O que aí está não surgiu do nada, pois o “nada” nada produz! O que se vê na área pública, incluindo-se empresas do mesmo gênero (Petrobrás, por exemplo) é resultado do desvio que este país fez na educação, quando deixou de investir em qualidade, para se preocupar com a quantidade; quando pais renunciaram à autoridade sobre os filhos, deixando-os à vontade livre e às influências externas mais nefastas; quando igrejas deixaram de lado o espiritual e a moral, para abraçar causas político/ideológicas, que supervalorizam o material; quando a sociedade, como um todo, passou a buscar o mais fácil e imediato, deixando de lado a ética, desde que cada tenha o seu, nem que seja a mediocridade. Exemplo, mais contundente e trágico, se produziu, no último fim de semana, em competição estudantil em torno de “quem aguenta beber mais?”; jovem em fase final de estudos perdeu a vida, vitimado por excesso de álcool no organismo. Presumindo-se que, como universitário fosse consciente dos riscos de tal agressão ao organismo, indaga-se aos botões que perspectiva teria o jovem quanto ao seu futuro; que orientação teria recebido de seus pais e de seus professores; e se ligado a alguma igreja, o que ela lhe teria ensinado. Tenta-se ainda saber por que sociedade e autoridades aceitam tal tipo de “competição”, permitindo que fabricantes de bebidas alcoólicas patrocinem eventos, que a incluem. Organizadores do evento serão chamados às falas pela Justiça, mas ninguém se lembrou da patrocinadora. Bem divulgada, antes e durante o evento, no noticiário da tragédia, a marca foi borrada. Ela também não é responsável? Não, o Brasil não tem jeito, se não dado o verdadeiro rumo à educação, desde o berço até o último grau universitário.

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