Em um piscar de olhos

06 de Janeiro de 2017
Valdete Braga

Valdete Braga

Parece que foi ontem que comentávamos o quanto o ano de 2015 passou rápido e como 2016 chegou em um piscar de olhos. Hoje, em outro piscar de olhos, estamos nos primeiros dias de 2017. Amanhã será 2018 e assim sucessivamente.

Segundo entendidos, o tempo está passando mais rápido mesmo, literalmente. Cientistas afirmam que as 24 horas do dia já não duram 24 para passar, mas menos. Tem algo a ver com o eixo de rotação da Terra, algo assim. Não faço a menor idéia dos motivos científicos, mas que a expressão “o tempo está voando” deixou de ser uma metáfora, isto é fato. Quando penso que estamos em um novo ano agora, me parece que o ano velho começou ontem. Tudo está acontecendo tão depressa, tão sem tempo, tão assustadoramente rápido...

Metaforicamente falando, antigamente um ano levava um século para passar. Hoje passa em um mês. Honestamente, não sei se isto é bom ou ruim, depende de cada caso e de cada um. Particularmente, não gosto de correria. Este mundo louco onde ninguém tem tempo para nada não me agrada.

Sonho com mais tempo para conversas, mais olho no olho, mais proximidade. Por outro lado, as atribuições do ser humano aumentaram tanto, o mundo se tornou tão mais competitivo e racional, que por mais que se queira, às vezes simplesmente não é possível fazer tudo o que deveríamos ou gostaríamos. Não dá tempo.

Gostaria de um mundo mais calmo, em todos os sentidos. Tanto para as questões materiais, quanto para as morais e emocionais. Menos correria no trânsito, menos competição no trabalho, menos whatssap e mais conversas, menos facebook e mais livros, mais tempo para o almoço e menos pressa para chegar ao segundo turno... menos tempo com o patrão e mais tempo com a família, menos tempo com o empregado e mais tempo com os filhos...

Gostaria que o tempo não “voasse” tanto, mas isto já é parte da vida que escolhemos, fomos nós mesmos, à medida que fomos mudando nossos valores, que “evoluímos” para este ponto. E nossas atitudes, junto com a tal explicação científica da qual não entendo nada, deu no que deu. Anteontem era 2015, ontem era 2016, hoje é 2017 e amanhã será 2018.

Por outro lado, a vida não é feita de sonhos. Precisamos encontrar um meio entre a necessidade de acompanharmos a evolução do século e não perdermos valores de nossos pais e avós. Se não dá para todos se sentarem à mesa na hora do almoço, aproveitemos um feriado. Se não tem como levar o filho à escola, troquemos um final de semana da cervejinha com os amigos para levá-lo ao parque. Precisamos criar alternativas que nos permitam, mesmo na correria, mantermos o que realmente importa. Feliz Ano novo a todos!

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