Escola Sem Partido, precisamos falar sobre isso!

19 de Agosto de 2016
Jornal O Liberal

Jornal O Liberal

*Marcelo Rebelo

O movimento Escola Sem Partido, que combate a doutrinação de esquerda no ensino, é uma iniciativa bem vinda, uma evolução para a prática do ensino no país e alívio para alunos, pais e professores. É criticado por um grupo habituado a vociferar para as paredes em salas de aulas e impor o sectarismo nos livros didáticos.

Textos pedagógicos pregam a censura à imprensa, por meio do “controle social da mídia”, a família é apresentada como ferramenta de opressão à mulher e aos filhos, o jihadismo tem uma justificação moral. Redações do Enem, que criticam o socialismo recebem menor nota. Nos livros didáticos o capitalismo é um mal a combater, Cuba de Fidel Castro é um exemplo de sucesso político e econômico, Lula é um líder à altura de Nelson Mandela. A educação sexual dos filhos não é mais de responsabilidade dos pais e sim dos militantes LGBT’s.

Felizmente a marcha política da esquerda sobre a escola produziu como contraponto, o movimento Escola Sem Partido, que pretende virar lei. Uma visita despida de preconceito ao site dele (www.escolasempartido.org) é o suficiente para dissipar os ataques dos críticos, que o acusam de promover um retrocesso autoritário no ensino. Os principais argumentos do grupo estão ancorados em valores constitucionais e republicanos.

O primeiro parágrafo que apresenta o movimento é claro nesse sentido. Transcrevo: Numa sociedade livre, as escolas deveriam funcionar como centros de produção e difusão do conhecimento, abertas às mais diversas perspectivas de investigação e capazes, por isso, de refletir, com neutralidade e equilíbrio, os infinitos matizes da realidade. É justo e salutar, que o conhecimento seja disseminado com neutralidade, equilíbrio e sem qualquer viés ideológico tanto de esquerda como de direita.

O Escola Sem Partido rejeita todo tipo de doutrinação em sala de aula, inclusive a religiosa e sexual. Defende que a pluralidade de pontos de vista em temas controvertidos seja exposta pelo professor. Difunde direitos básicos, como o de que alunos não podem ser prejudicados por suas opiniões políticas e preferências morais.

Concordo com o movimento em que a doutrinação político-ideológica em sala de aula constitui claro abuso da liberdade de ensinar; abuso que implica o cerceamento da correspondente liberdade de aprender, já que, numa de suas vertentes, essa liberdade compreende o direito do estudante de não ser doutrinado. É covardia um professor aproveitar da audiência cativa de um público ainda em formação e sem amadurecimento intelectual para difundir ideologias partidárias, religiosas, sexuais, morais e políticas.

O ensino em nosso país só tem a ganhar com a vigilância de movimentos como o Escola Sem Partido. A democracia sai fortalecida no momento em que homens públicos e movimentos populares derrubam imposições de valores radicais e doutrinários, camufladas de aprendizado, sobre nossos jovens.

*Marcelo Rebelo é jornalista, relações públicas, pós-graduado em E-commerce e servidor efetivo da Secom da Prefeitura de Itabirito.

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