Diversificar a economia é desafio para os futuros prefeitos da Região dos Inconfidentes

12 de Agosto de 2016
Jornal O Liberal

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*Marcelo Rebello

Acredito que a diversificação econômica da Região dos Inconfidentes formada por Ouro Preto, Mariana e Itabirito é o maior desafio para os pré-candidatos ao posto do executivo. A crise econômica que atingiu todas as regiões do Brasil foi ainda mais dura com as cidades mineradoras devido à queda de quase 50% do valor da tonelada do minério (US$ 110 em 2013 e US$ 65, hoje segundo a BMI Research).

O resultado dessa conjunção negativa foi queda de arrecadação, seguida de desemprego, diminuição da renda e total desaquecimento da economia local como um todo.

Não é necessário ser um economista para saber que a indústria e o comércio locais podem minimizar o impacto das crises. Cidades com maior diversificação econômica navegam melhor pelas adversidades. É preciso estimular o crescimento e a expansão dos setores econômicos e também proteger e dar garantias à sustentabilidade da economia local.

É comum nos momentos de crises, os mandatários se voltarem para a solução mais fácil: buscar recursos no Estado ou na União. Quando na verdade, deveriam fomentar o empreendedorismo ou investir em algo que pudesse alavancar a economia local.

Ao trazer à pauta temas como competitividade e empreendedorismo, precisamos eleger gestores que entendam desses assuntos e os tratem com a seriedade devida. A questão deve ser enfrentada com profissionalismo e tecnicidade.

O presidente do Movimento Goiás Competitivo, Pedro Bittar, deixou isso claro, em ótima entrevista à CBN, ao afirmar ser responsabilidade do gestor público identificar e apoiar segmentos que possam ser fontes de renda para a cidade. Segundo ele, uma política pública para criar nichos de mercado é um caminho acertado para as cidades pequenas conseguirem uma matriz econômica mais diversificada, tornando-as mais competitivas e menos dependentes.

O que ele diz faz muito sentido, mas isso irá depender da capacidade empreendedora do prefeito, que deverá ter conhecimento técnico para identificar oportunidades, treinar pessoas, formalizar negócios e subsidiá-los em crédito ou desoneração.

A diversificação econômica resulta em maior giro de receitas, pois o mesmo consumidor que vem de outras cidades para comprar no comércio, fazer turismo ou se utilizar do setor de serviços também acaba deixando recursos em farmácias, hotéis, restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos.

E nossa região possui ótimas vocações para a diversificação econômica, além do minério – recurso efêmero e poluidor – como o turismo histórico e ecológico, a agricultura, a gastronomia, os esportes especializados, o artesanato, entre outras atividades, que se bem empreendidas são potenciais fontes de geração de renda e riqueza.

Cidade das flores - A pequena e simpática cidade gaúcha de Santa Clara do Sul é um exemplo de que diversificar a economia é um ótimo negócio. O município precisou alterar a matriz econômica na última década, após a crise do setor calçadista, responsável pela maior parte da arrecadação.

O executivo não perdeu tempo e buscou novas fontes de lucro. Em 2006, surgiu o cultivo de flores, atividade que tornou o município conhecido em todo o país. A cidade desde então vem mantendo os níveis de crescimento e os impactos da crise atual foram poucos sentidos pela população.

*Marcelo Rebelo é jornalista, relações públicas, pós-graduado em E-commerce e servidor efetivo da Secom Itabirito

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