Faltam competência e seriedade

29 de Junho de 2015
Jornal O Liberal

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Dito popular um tanto chulo determina que “quem não tem bunda, não se senta”, que corresponde àquele outro, também determinante, porém mais educado: “quem não tem competência, não se estabelece”. A municipalidade adquiriu, há alguns anos, o derradeiro sobrado colonial, dos vários que Cachoeira do Campo já teve. Situado na Praça Felipe dos Santos - nome devido ao revoltoso, que ali foi preso enquanto pregava a sublevação contra a exploração do colonizador - o sobrado não teve a sorte de cair nas mãos de pessoa ou entidade sensível e dotada de recursos suficientes, para resgatá-lo e lhe dar finalidade condizente com a sua história e estatura. Quis o destino (seria?) que fosse adquirido pela municipalidade, cuja fama em relação à preservação do patrimônio extramuros do distrito-sede não é muito edificante, ou então Cachoeira do Campo não teria perdido tanto de suas primitivas relíquias. Se era para somente somá-lo aos próprios municipais, abandonado e fadado a cair (tombamento municipal?) que não se gastasse, à toa, o dinheiro do contribuinte. A única ação sensata da nova proprietária foi a colocação do tapume, a impedir que desavisados se coloquem sob o risco de serem atingidos por destroços do velho imóvel. Pergunta-se: quando o imóvel será recuperado e entregue ao uso público? Quando se justificará o emprego de recursos públicos em sua aquisição? E a incúria municipal não fica só nisso. Em plena campanha, que se faz pelo consumo racional e não desperdício de água, filete do mesmo líquido é visto a escorrer, por baixo do dito tapume, continuamente, há vários dias. Desse jeito, quem levará a campanha a sério? Onde arrumar moral para exigir o não desperdício?

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