Faz-se urgente combater o abandono de animais na Região dos Inconfidentes

05 de Setembro de 2016
Jornal O Liberal

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*Marcelo Rebelo

É comum encontrarmos pelas ruas de nossa Região dos Inconfidentes um grande número de animais abandonados, especialmente cães e gatos. Já faz parte da nossa rotina sentir a aflição de ver os bichos arrebentando sacos de lixo em busca de comida, vagando sem rumo e arriscando a vida ao atravessar as ruas movimentadas.

A situação de animais abandonados é crítica e é um problema que assola praticamente todas as cidades. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil. Destes, 20 milhões são cachorros, enquanto 10 milhões são gatos. Em Itabirito, o número de animais abandonados no canil municipal cresceu muito nos últimos tempos: pelo menos 11 animais são deixados semanalmente no local. Em contrapartida, o número de adoções caiu.

Esses animais se reproduzem rápido e sem um controle populacional tornam-se um problema de saúde pública. É fato que o Controle de Zoonoses está totalmente ligado à saúde humana. Segundo dados do Ministério da Saúde, a cada R$ 1 investido na saúde animal, são poupados R$ 27 na saúde pública.

O animal saudável não transmite nenhuma doença ao ser humano, mas o abandonado pode trazer problemas para a saúde pública, além do risco físico, pois quando eles passam a viver em más condições estão mais sujeitos a contrair doenças, como a leptospirose, a leishmaniose e a raiva, por exemplo. Algumas dessas doenças podem ser transmitidas para humanos e para outro animal como acontece com a raiva.

Cabe ao Poder Público, juntamente com a sociedade, discutir que medidas podem ser tomadas para solucionar esses problemas, e concretizá-las, através de políticas públicas eficientes. Acredito que a castração dos animais é uma medida eficaz e deveria ser adotada em larga escala pelas prefeituras, pois impede a proliferação do problema.

Outra medida importante é a promoção de campanhas para a adoção de animais. Adotar um cão ou gato poderia reduzir a grande quantidade de bichos soltos nas ruas, mas isso não acontece com frequência, devido à maioria das vezes, ao preconceito em relação aos animais sem raça. As pessoas geralmente não se importam em pagar altas quantias por um cachorro de raça, deixando de lado os vira-latas.

A adoção também é importante porque ajuda a reduzir o comércio de animais, muitas vezes à custa de sofrimento deles, ao serem mantidos como reprodutores em situações de pouca higiene e muitos maus tratos.

Adotar um animal é dar uma chance ao gato ou ao cachorro de ter um lugar em que ele terá cuidados e amor. A retribuição por seu gesto virá independente da raça do animal, pois a grande maioria deles é dócil e vai demonstrar muita gratidão por lhes proporcionar um lar com amor e carinho.

*Marcelo Rebelo é jornalista, relações públicas, pós-graduado em e-commerce e servidor efetivo da Secom da Prefeitura de Itabirito - marcelorebelo@uol.com.br

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