Frustração em Santo Antônio do Salto

25 de Junho de 2012
Jornal O Liberal

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Lezir Aparecida Jacinto Mapa & Maria Aparecida Domingos de Souza*

Há um tempo atrás, em uma reunião entre pedagogos e membros da Secretaria Municipal de Educação, com uma palavra mostrei minha insatisfação com a falta de professores na escola em que trabalho. Já estávamos quase em abril e os alunos estavam sendo prejudicados, pois disciplinas importantes não estavam sendo lecionadas.

Felizmente, com a ajuda do senhor Secretário de Educação o problema foi solucionado. Na época usei a palavra “frustração”, uma palavra negativa, pesada, como o próprio secretário disse. Mas ela resumia bem o que eu estava sentindo.

Hoje, volto a usar a mesma palavra. É como estou me sentindo novamente diante de uma situação em que a Escola Municipal Aleijadinho foi colocada. Com muito sacrifício, muita luta, nossa escola vem tentando transformar e melhorar seu ensino, conseguindo recursos que possibilitem a formação de crianças e jovens da comunidade de Santo Antônio do Salto, comunidade de pessoas em sua maioria carentes, que têm na escola o único caminho para alcançarem uma vida mais digna, melhor.

Comemoramos, há pouco tempo, os 60 anos da Escola, e estávamos todos muito felizes e entusiasmados com as melhorias que já conseguimos realizar. A escola havia sido equipada com computadores, micro system, caixa de som amplificada, microfone, etc. e já estava funcionando a escola digital. Então, numa bela quarta-feira, digo bela porque o dia realmente estava lindo a diretora chega à escola como todos os dias, pronta para iniciar um novo dia de aula e, logo ao adentrar ficou estarrecida com o que viu: a escola tinha sido assaltada. O trabalho, a conquista de anos havia sido levada por um indíviduo ou por um grupo de delinqüentes, que roubam o patrimônio público e nós funcionários desta instituição, nos sentimos mais uma vez frustrados diante de nossa impotência, de não poder fazer nada.

Quanto aos alunos, podemos dizer que perderam um pouco do interesse, do entusiasmo e estão tristes, pois tiraram deles um dos principais acessos de contato com o mundo lá fora. Sim, pois é fácil falar de internet, e-mail, porém, devemos lembrar que nem todos tem computadores em casa, sendo a escola o único lugar disponível em que estas crianças já tão carentes podem ter contato com o meio de comunicação virtual.

A quem recorrer? Polícia? Detetive? FBI?
Quem souber, quem puder, por favor nos dê uma solução!
Por enquanto, o que podemos afirmar é que a Escola Municipal Aleijadinho ficou realmente “aleijada”.

*Pedagoga e Professora, respectivamente

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