Golias contra David, em tempos modernos

04 de Fevereiro de 2014

Jornal O Liberal

O distrito sede municipal, ou Ouro Preto, alardeado aos quatro cantos do mundo como Patrimônio Mundial, cidade artístico-histórica, berço da liberdade nacional e outros títulos que, para si, atraem a cobiça dos caçadores de fama, nem que seja dos quinze minutos, está sempre a aprontar contra os que a sustentam. Antigo embate, entre as ditas repúblicas federais e o setor hoteleiro, parecia ter chegado ao fim com a decisão de vedar a elas o exercício da atividade de hospedaria. Seria a Justiça, finalmente, a reconhecer àquele segmento empresarial o direito da exclusividade de receber e oferecer hospedagem aos visitantes, mediante cumprimento de leis e normas legais, entre os quais o dever de recolher tributos aos cofres públicos. Mas na terra, onde até galinha cisca pra frente, o dito nem sempre se escreve ou, se escrito, não se cumpre, o martelo virou ao contrário em nova decisão. No carnaval, as repúblicas podem ser novamente casas de hospedagem, em franca e desleal concorrência no consumo do filé mignon, contra os hoteleiros, obrigados a roer os ossos. É o Golias federal, armado de canhão, contra David local, munido de estilingue. E aqui cabem várias perguntas: estudante aqui vem pra estudar, ou pra fazer comércio? Estudante aqui vem pra estudar, ou pra beber? Estudante aqui pra estudar, ou pra fazer festas? Estudante aqui vem para pra estudar, ou pra fazer barulho? Estudante aqui vem para estudar, ou pra dar tombo na lei? E, por último: a UFOP existe para ensinar, educar, formar profissionais, ou pra dar jeitinho de atropelar o direito de terceiros?