Idade da Pedra ainda resiste em se aposentar

10 de Outubro de 2011
Jornal O Liberal

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O paradoxo, às vezes, se coloca à frente como parede, onde se bate com a testa, suscitando perguntas tais como: por que? Por que assim? Porque ainda? Não há outra forma? A tecnologia avança e transforma todas as atividades humanas, deixando entrever que não ficará “pedra sobre pedra” de todo o construído nos últimos cem anos. Para os mais jovens, ficou nas brumas do tempo, muito do que era realidade ainda ontem para quem conta, em anos, pouco mais de quarenta. O telefone, por exemplo, difícil, símbolo de status, embora necessário como hoje se demonstra. À grande maioria só ocorria chegar ao posto de telefonia pública sob pressão de urgências graves, como doença e morte. Ao alcance, praticamente de todos, a telefonia encurtou tempo nas relações humanas, aproximando quem ainda não está mais próximo por meio da internet e seu correio eletrônico. Ao invés de ir à loja, consumindo tempo, combustível e se submetendo a inconvenientes, o consumidor, se não conectado à web, compra por telefone e recebe a mercadoria à porta de sua casa. Verdade? Nem sempre, porque o paradoxo se interpõe e anula o resultado programado por novas conquistas na área da comunicação. O mais banal, porém exigível, desde que o homem se estabeleceu, de mala e cuia, na caverna, na maloca, no barraco, no apê ou na mansão, não está configurado como pede a moderna logística. A mercadoria pode ser rastreada pelo consumidor desde sua origem, mas se perde ao se aproximar do ponto de entrega porque o endereço não é encontrado. E não cabe ao consumidor a culpa, pois sua residência é que se encontra numerada em desacordo com a convenção: números pares e ímpares misturados no mesmo lado da rua; numeração invertida, ou seja, do fim para o começo da rua, falta de placas com a denominação dos logradouros, placas identificadoras dos imóveis não padronizadas e fixadas em locais pouco visíveis. E na origem da mercadoria, quem planeja a entrega não encontra, na lista do IBGE, as localidades, além das sedes municipais. Desse jeito novidades tecnológicas não resolvem, mas complicam. A quem cabe a solução desse problema?

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