Existem várias folclores envolvendo a lua, que mexem com o nosso imaginário e nos apresentam lições de vida. A maioria envolve índios, de várias localidades. Hoje divido com você, querido leitor, uma de minhas preferidas, da região amazônica.
Segundo a lenda, houve um tempo em que não existiam estrelas ou lua. A noite era tão escura, que todos se encolhiam dentro de casa, com medo dela. Havia uma tribo, onde morava uma índia que não tinha medo da noite. Ela era uma índia muito bonita, mas era diferente das outras. Havia nascido com a pele clara, e isto era motivo de discriminação entre os outros índios. Ela sofria muito por isto A sua cor, diferente do restante da tribo, impedia os índios de namorá-la e as outras índias não conversavam com ela. Sentindo-se só, a índia diferente começou a andar pelas noites. Todos ficavam surpresos com aquilo, e quando ela voltava, dizia a todos que não havia perigo. Ela vivia tranqüila em seus passeios noturnos, até que despertou a inveja de outra índia, que também queria sair à noite, mas tinha medo. Certa vez, a índia invejosa tentou sair. Mas não conseguiu enxergar nada na escuridão e tropeçou nas pedras, cortou os pés nos gravetos e se assustou com os morcegos.
Cheia de raiva, foi conversar com a cascavel e pediu:
A cascavel acatou o pedido e passou a esperar a índia noturna. Quando ela passou, deu o bote. Mas a índia tinha os pés calçados com duas conchas e os dentes da cobra se quebraram. A cobra começou a amaldiçoá-la e a índia perguntou porque ela queria matá-la.
A cascavel respondeu:
Tupã, o deus dos índios, penalizou-se daquela jovem e a transformou num belíssimo astro redondo e iluminado.
A partir deste dia, todos os índios podiam sair à noite, pois este astro, a lua, a iluminava para eles. Passaram a adorar a lua, e sonhavam construir outra escada, para poder ir ao céu encontrar a bela índia.