Sentimento de fé

14 de Abril de 2016
Valdete Braga

Valdete Braga

Acompanhando a procissão do Encontro, diante do clima de religiosidade e Fé reinantes, sentindo a Paz trazida pelas orações, fiquei imaginando como nós, seres humanos, temos a tendência a escolher o caminho errado nesta estrada que é a nossa vida.

Aquelas pessoas todas juntas, irmanadas no sentimento de religiosidade, independente da religião de cada uma, jogando para o Universo energias do Bem, eram capazes de sensibilizar o mais duro dos corações.

Por que não pode ser sempre assim? Por que não escolhemos o caminho mais fácil, menos doloroso, que é, indubitavelmente, o caminho do Bem? Por que nós, seres humanos, insistimos em ser mais carne do que espírito, mais corpo do que alma, quando na verdade nosso verdadeiro Ser é o interior e não o exterior?

A tradição da Semana Santa em Ouro Preto é conhecida e reconhecida em todo o país. Mas não é disto que falo. O que sentimos, diante do bater dos sinos, dos sermões, das procissões e via sacras, vai muito além das imagens, que, diga-se de passagem, ajudam muito a manter acesa a chama da Fé. A própria arquitetura da cidade ajuda na beleza das cerimônias, com suas ladeiras, casarões e igrejas tricentenárias. Ajuda e é importantíssimo, mas não é o mais importante. O mais importante é o sentimento de amor cristão que nos une nestas horas. E se temos essa bondade dentro de nós, como o mundo seria melhor se conseguíssemos usá-la sempre, em causas várias...

A mãe de uma amiga, já idosa, todos os anos acompanha a procissão do enterro, exatamente a mais longa. A minha amiga conta que sempre foi assim, desde que ela era criança. Com o passar dos anos ela passou a acompanhar a mãe, inicialmente por preocupação pela idade que ia avançando, mas com o tempo passou a acompanhar por puro sentimento de Fé, também. Minha amiga é kardecista e perguntaram a ela porque ela ia ao ritual, que é católico. A resposta foi uma lição que tenho até hoje como exemplo de vida: “porque Jesus é o mesmo, em qualquer religião”.

Ah, se conseguíssemos manter o ano inteiro este sentimento de Bem comum e religiosidade... como o mundo seria melhor se nós, seres humanos, mesmo com todas as nossas falhas, conseguíssemos colocar a Fé à frente de tudo... Não somos perfeitos e esta imperfeição faz parte de nossa humanidade. Mas podemos tentar, a cada dia, melhorar, até chegarmos à perfeição. Ainda estamos muito longe disto, mas vamos seguindo, tentando, acertando e errando, e com os nossos erros e acertos, evoluindo, até chegarmos lá.

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