Mau exemplo vem de cima

21 de Outubro de 2016
Jornal O Liberal

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Para avaliar o grau de civilização de um povo, um dos meios é observar o comportamento das pessoas nos espaços públicos. Quanto menos interferência de uns na liberdade de ação dos demais indivíduos, mais alto é o nível de educação ou mais civilizado é o povo. Pode-se dizer também que quanto menor é a intervenção da autoridade (polícia) para garantir o respeito à lei, à ordem, às regras e regulamentos, mais educado e civilizado é o povo. Povo educado não precisa de placa “não pise na grama”, para respeitar jardins e gramados; não faz aglomerações nas calçadas, de forma a obstruir passagem de outras pessoas; não precisa de quebra-molas para coibir excesso de velocidade; não precisa de tanta mão-de-obra na manutenção da limpeza pública; não precisa ter o guarda à vista para que seja respeitado o CTB; não paga tanta multa por infração de trânsito, ainda que haja abusos na cobrança; não aciona a buzina à toa ou em eventuais congestionamentos. Quanto ao uso da buzina, em cidades maiores, até parece que o verde do semáforo (farol para paulistas) significa “sinal para buzinar”. Ao tupiniquim, a buzina serve até para chamar à porta de uma casa, quando impedido pela soberba de descer de sua importância para acionar a campainha! Mas, numa dessas tardes, o contrário aconteceu em Ouro Preto, proximidades do Fórum e do cinema local. Em razão de alguma obstrução momentânea, à entrada da Rua São José, formou-se um bololô de veículos, de forma a reter o fluxo da Rua das Flores e da Rua Paraná. Surpreendentemente, nenhuma buzina era ouvida, os condutores a se comportar com paciência, enquanto o nó se desatava lá frente. Mas, em se tratando de Brasil e, especialmente, de Ouro Preto, a cena não parecia normal até que, repentinamente, de uma viatura da Polícia Militar ouviram-se dois sinais estridentes de sirene, chegando a assustar algumas pessoas por perto. Pronto! Um policial militar rompeu com a ordem! O normal, de acordo com sua posição na administração pública, seria colaborar na solução do problema, mas se estava impedido de fazê-lo, que se recolhesse à sua nulidade, naquele momento, e deixasse seguir o curso dos acontecimentos, sem mais perturbações. Sua intervenção sonora foi sinal de má educação e abuso de autoridade!... sem mais comentários.

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