Museu das Reduções, 25 anos de fundação.

13 de Agosto de 2011
Jornal O Liberal

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Carlos Alberto Vilhena

O Museu das Reduções comemora, na próxima terça-feira, dia 16 de agosto, o seu Jubileu de Prata: são os 25 anos de sua fundação.

De origem espanhola, descendentes de D. Fernando, o santo, El Rey de Espanha, os Vilhena aportaram em Portugal através do Infante D. Henrique de Vilhena, que fora acompanhar a meia irmã, D. Constanza, que para lá se transferira para se casar com D. Pedro I, então o Rei de Portugal. D. Henrique de Vilhena por lá se estabeleceu e um de seus bisnetos, Capitão Mathias Gonçalves Moinhos de Vilhena, vem para a colônia em 1720, tornando-se o precursor dos Vilhena no Brasil. São João Del Rey, Vila Rica e, por fim, Campanha, todas nas Minas Gerais, foram as bases da nobre família portuguesa, de sangue real espanhol. De Campanha, então, os Vilhena se espalharam por todo o Brasil, salvaguardando os vínculos e as características genealógicas da estirpe.

Foi graças à genialidade, à criatividade, à sensibilidade e à iniciativa direta de 04 legítimos descendentes desta família, os Irmãos Vilhena, Ênnio, Décio, Sylvia e Evangelina, oriundos de Campanha, nascidos nas primeiras décadas do século passado, que o Museu das Reduções foi idealizado, projetado, criado e instalado em Ouro Preto, no seu distrito de Amarantina. Tendo como objetivo a preservação da memória arquitetônica nacional através da reprodução, em escala reduzida, de monumentos edificados do Brasil, os Irmãos Vilhena projetaram, criaram e executaram uma obra inédita, de elevado valor cultural. Confeccionaram, com técnicas próprias e ferramental por eles criado, réplicas perfeitas de 29 edificações, localizadas em 24 municípios de 15 Estados brasileiros, utilizando-se dos mesmos materiais usados nas edificações originais, agrupando-as em uma exposição permanente de rara beleza plástica, de incrível riqueza de detalhes e de incomensurável valor pedagógico. Buscavam, ainda, a valorização e a divulgação do distrito de Amarantina, com suas raízes e suas culturas, o que acabou acontecendo, devido à larga difusão do Museu das Reduções nas mídias.

Aberto ao público em março de 1994 (há 17 anos) o Museu das Reduções foi administrado pelos próprios fundadores por 10 anos, até 2004. Neste período, os artistas puderam receber o carinho e o reconhecimento do público, diante da beleza e da grandeza de seus trabalhos, mas não chegaram a testemunhar o grande sucesso em que se transformou a sua obra. Após o falecimento de Evangelina, em 2004, a união do grupo em torno do projeto sofria a primeira grande baixa, agravada sobremaneira pelos fatos subseqüentes, resultantes das idades avançadas dos 03 irmãos remanescentes. Em 2005, falecia Sylvia, em 2007, Décio e em 2008, Ênnio, o último dos 04 irmãos.

A partir de 2004, diante do iminente risco de paralisação das atividades do Museu, e simbolizando o envolvimento de uma nova geração dos Vilhena na sua gestão, resolvemos abdicar de vitoriosa carreira, de mais de 25 anos, no mercado financeiro nacional, para garantir a perenidade do legado de meu pai e tios, nos transferindo para Amarantina e assumindo, de fato e de direito, a grande responsabilidade deixada pelos artistas.

Neste período, então, mediante uma gestão profissional e moderna, procuramos atribuir novos valores ao Museu das Reduções, através de ações administrativas de maior impacto, como racionalização e redução de custos, diversificação das fontes de receitas (patrocínios: Cemig, Transcotta, etc., leis municipal, estadual e federal de incentivo à cultura, venda de souvenir e produtos de lanchonete, etc.), equipagem e modernização das instalações, ações de marketing, como a mudança da logomarca, carinhoso presente do maior artista plástico do Brasil, Carlos Bracher, parcerias, etc., culminando com o reconhecimento representado pela eleição do Museu das Reduções pelo Guia 4 Rodas Brasil/2006, como a melhor atração do País na categoria “Contribuição Artística”. Neste momento em que o Museu das Reduções completa 25 anos de fundação, conforta-nos saber que novos rumos estão sendo assegurados, graças às nossas constantes, exaustivas e solitárias ações, balizadas pelo apoio formal do Dr. Eugênio Ferraz, Superintendente do Ministério da Fazenda em Minas Gerais, pelo patrocínio cultural da Microcity Computadores e Sistemas Ltda, pelo apoio cultural da Empresa de Transportes Apoteose – Emtel, pelo apoio do Indic – Instituto Nacional de Desenvolvimento e Integração Cultural e pelo desprendimento e visão do empresário Darli Coutinho de Lima, do Tripuí Shopping Rural, que nos cedeu, em definitivo, área de 1 ha. às margens da Rodovia dos Inconfidentes, no km 62, em Amarantina, para abrigar a nova sede do Museu das Reduções, iniciativa prioritária ora em fase final de planejamento, que permitirá a alavancagem da visitação e garantirá a sobrevivência da instituição. À estes parceiros, a gratidão eterna do Museu das Reduções e o reconhecimento, com certeza, de todos aqueles que amam as artes, a cultura e que torcem pelo sucesso nestes novos tempos que se renovam para o Museu das Reduções.

Vida longa ao Museu das Reduções!

*Diretor do Museu das Reduções

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