Não também ao imperialismo corporativo

09 de Junho de 2015
Jornal O Liberal

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Tudo bem que as coisas evoluam, que a tecnologia a tudo domine, que mais pessoas tenham acesso às modernidades oferecidas, mas querer impor ao indivíduo a posse ou utilização deste ou daquele produto, bem como induzir seu comportamento ao nível da massa subserviente, é o cúmulo do autoritarismo, combatido no nível governamental, porém, acatado no nível do capachismo sob o poder corporativo. Infelizmente, é o que se vê, ainda que em casos restritos, porém prenúncio do que pode vir, se tais fatos não são denunciados e contidos no seu nascedouro. Das tais modernidades, destaca-se entre destaques o tal celular que, de símbolo de status, saltou à vulgaridade por sua disseminação desenfreada e uso desqualificado, somada à inutilidade pelo não uso em ocasiões mais próprias e necessárias. Tão inseparável do indivíduo tornou-se a tal engenhoca, que a gaiatice altera a divisão primária do corpo humano. Às três originais, cabeça, tronco e membros, acrescente-se agora o celular! Contudo, pequena minoria, por opção, é “deficiente” e gostaria de assim permanecer, a despeito do “preconceito”, que lhe vota também minoria entre empresas, entidades e instituições. É que dessa danosa dependência valem-se alguns poucos para impor sua vontade, em tentativa de tornar o celular de posse e uso obrigatórios, para que tenham acesso aos seus serviços. Em sites de ditas discriminadoras, “deficiente” quanto a celular não tem vez e é banido sem dó, pois lhe é vedado o cadastro ou inscrição, “on line”, se não preenchido o espaço destinado ao aparelho, que lusitanos denominam telemóvel. É o preço que a minoria “deficiente” paga por não se juntar à maioria subserviente às imposições ditadas pelas conveniências corporativas.

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