O sagrado direito de votar e a responsabilidade do eleitor

05 de Outubro de 2012
Jornal O Liberal

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Mauro Werkema

Entre as muitas conquistas e evoluções em curso, algumas já marcam profundamente as sociedades contemporâneas, no Brasil e no mundo, cada vez mais globalizado e único. A primeira é a extraordinária conectividade entre pessoas e instituições, propiciada pela internet e as redes sociais, em fantástica escalada, aumentando a cada dia a informação e o conhecimento. Acrescente-se a esta situação o poder das telecomunicações, especialmente a televisão. Uma segunda é a grande mobilidade, que permite ampliar convivências entre cidades, regiões e países, em interação ampla e renovadora de convivências. Outra mudança é a interdisciplinariedade, que significa ampliação do conhecimento pelo aumento da capacidade de análise crítica entre campos do saber. E, no caso brasileiro, é preciso lembrar que cerca de 30 milhões de pessoas entraram, nos últimos anos, no mercado de consumo. E extraordinária é também a expansão da educação, em todos os níveis.

Hoje, por tudo isto, o cidadão tem muito maior capacidade de análise e de reflexão. O eleitor já não é tão ingênuo, tão desinformado, já não é fácil massa de manobra, influenciado por aparências ou atitudes demagógicas. Saber separar, discernir, avaliar. Faltando oito dias para exercer seu direito cidadão de votar, o eleitor certamente aprofundará sua escolha. Os candidatos, a esta altura, já são bem conhecidos, seja pelo que exteriorizam nas suas campanhas ou pelo que, efetivamente, têm sido ao longo dos anos, suas vidas, seus currículos, seus compromissos. Vivemos, portanto, um novo tempo na democracia brasileira e certamente as urnas de 7 de outubro vão refletir estas mudança, com melhores escolhas.

Algumas questões devem estar bem claras para o eleitor consciente, aquele que vota realmente após reflexão e análise do que pensa ser o melhor para sua cidade e a vida dos cidadãos. A primeira reflexão é que prefeito e vereadores são importantes. Definem a vida nas cidades. Os que desconhecem, ou renegam a política, e o voto, estão muito enganados. Na verdade, com esta atitude, permitem que os demagogos reinem e que a política seja exercida apenas pelos que fazem vida pública em proveito pessoal. O segundo critério deve ser a honestidade. O Brasil passa por um momento de punição aos desonestos, mas uma verdadeira cruzada nacional ainda é necessária para retirar da vida pública os aproveitadores. Votar em desonestos é atitude anti-social, é também ser desonesto para com sua cidade e seus conterrâneos.

É preciso verificar currículos e passados. E também propostas, com o cuidado devido, pois programas podem ser meros artifícios eleitorais. O mais importante é a vida do candidato, suas atitudes, sua personalidade, seus atos concretos durante a vida. Ver quem são seus amigos e correligionários. Quais são seus compromissos e quem os sustenta. Confiabilidade decorre de credibilidade, construída em anos de condutas reveladas. Vivemos um momento importante em todo o Brasil. A gestão pública eficaz, honesta e moderna, especialmente de prefeituras, é condição essencial à vida de todos. Vereadores omissos e ausentes, prefeitos incompetentes e sem confiabilidade, gestões públicas desligadas da realidade, não podem mais existir. Cuidado, portanto, eleitor, ao exercer seu mais sagrado direito de cidadão. Esperamos, enfim, que as urnas de outubro revelem novos homens públicos, renovando mentalidades e condutas.

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