Onde e quando o trabalho se torna crime

27 de Outubro de 2014
Jornal O Liberal

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Não precisa ser autoridade na área socioeducativa, ser colecionador de diplomas e ostentar “dr” antes do nome,para escolher o melhor, para adolescentes, entre estar na rua “copiando moda” e estar no trabalho; entre ser apreendido pela polícia em razão de infração à Lei e aprender um trabalho; entre a ociosidade danosa ao espírito e o tempo ocupado em algo útil,mediante remuneração que ajuda em casa. Com o mínimo de discernimento, o trabalho, em condições especiais, é apontado como alternativa ideal ao adolescente, fora do horário escolar. Mas as leis que regem o trabalho, obtusas e vesgas, têm fora de foco a condição do menor na antessala da maioridade, ávido por oportunidade de se desenvolver como cidadão, enquanto, do lado de fora,abutres da marginalidade social tentam atraí-lo com a falsa ilusão da vida fácil. A suspensão do programa, que contempla com trabalho, adolescentes, no município de Ouro Preto, é o retrato da inversão de valores vivida por este país; antes o adolescente, na ociosidade e à disposição da marginalidade do que, no trabalho, sem garantias trabalhistas, nem sempre respeitadas no caso de adultos. Mãe de adolescente integrante do programa expressa bem sua opinião: “antes assim (sem garantias trabalhistas) do que nada” como meio prático de preparar o jovem para o trabalho e para as responsabilidades de cidadania.

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