Parlamento ou botequim?

28 de Abril de 2016
Jornal O Liberal

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Depois dizem que é muita má vontade em relação a políticos, quando críticas são feitas contra eles na imprensa. Mas, quem acompanhou a votação do impeachment, na Câmara dos Deputados, pôde perceber que os representantes do povo estão mais para torcidas organizadas de futebol do que um colegiado, preparado para legislar e comandar os destinos da nação. De ambos os lados, o que se viu e ouviu não condiz com o que se espera de um grupo, que deveria ser do mais alto gabarito, em todos os sentidos. Aos berros e xingamentos desnecessários, mais pareciam fregueses de grande botequim, depois de excessos na bebida. Proporcionalmente inversas, por incrível que pareça, as manifestações de rua, no mesmo momento, foram mais ordeiras do que a sessão de votação dos deputados. Iniciada às quatorze horas, cumprido o protocolo de leitura de ata e outros procedimentos, a sessão teria como principal o voto dado, de viva voz, por cada deputado(a). Entretanto, o simples ato de dizer “sim” ou “não” se transformou num circo, com intervenções que incluíram, desde homenagens pessoais a membros da família, até cusparada na cara de oponente, passando por insultos, palavras grosseiras. Só não houve troca de sopapos. Ensaiou-se até um showzinho com uma paródia improvisada, cantada por vozes horrivelmente desafinadas! Que vergonha para os brasileiros que, mais uma vez, foram motivo de chacota lá fora! E por falar em vergonha, a deputada, que votou enaltecendo as qualidades do seu marido prefeito, teve o desprazer de vê-lo preso, ainda em Brasília, pela Polícia Federal. O casal voltou para sua cidade, no norte de Minas; ele direto para o xilindró, por falcatruas com o dinheiro destinado à Saúde, e, ela, presumidamente com cara de “madalena arrependida”, depois de pagar tão grande mico.

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