Pensam que enganam o Leão!

02 de Maio de 2016
Jornal O Liberal

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Nesta sexta-feira, vinte e nove de abril, chega ao fim o período, no qual todo contribuinte é chamado a prestar contas ao Leão da Receita Federal. Durante todo o ano, ele dá suas bocadas em bichos maiores, mas em março e abril, ele confere se não lhe estão a esconder algum petisco, oportunidade em que verifica também a possibilidade de abocanhar mais algum da fauna miúda. Interessante notar que, em se tratando de obrigação, o tupiniquim não se preocupa em assimilar conceitos, procedimentos e exigências que a envolvem, ao contrário dos modismos, a exemplo do “whatsapp”, do “Facebook” e outras redes que se tornaram coqueluche em todas as camadas sociais. A obrigatoriedade da declaração de rendimentos, por parte da pessoa física está perto de completar cinquenta anos, mas até hoje muitos “desconhecem” o que deve ser declarado, outro tanto questiona a cobrança do imposto e, curiosamente, este último grupo é o mais contundente nas críticas ao governo, por suas faltas e falhas. Os que gostariam de não pagar o imposto de renda rebelam-se ao ouvir que é só reduzir o que ganham. Nem se lembram de que grande maioria gostaria de estar inclusa entre os que pagam! Entre empregadores ainda há os que não fornecem o comprovante de rendimentos aos empregados e profissionais liberais que deixam de fornecer o CPF no recibo, pensando que assim se livram de ter aquele valor declarado pelo cliente. Infelizmente, para estes, há meios de saber o CPF de qualquer pessoa cadastrada. Resumindo: há gente que quer dar nó até em pingo d’água! E gritam contra a corrupção, corruptos e corruptores! Essa hipocrisia chega a disparates como o que se passa a narrar. Há algum tempo, cidadão procurou alguém que fizesse sua declaração, mas já foi logo avisando que ela só deveria ser feita, se lhe coubesse uma boa restituição, ao que lhe foi respondido: “se teve imposto retido na fonte e o cálculo apontar que o senhor está isento, a restituição do valor retido será depositado em sua conta bancária. Ele voltou à carga, muito agitado, a dizer que não importava se havia pagado ou não; o que ele queria era restituição. Quem o atendia pensou: “deve ser louco, pois como restituir o que não se transferiu?”. Em seguida, o homem apresentou os papéis necessários à declaração. Ele tinha título universitário e dois empregos, cujos comprovantes, isoladamente, apontavam renda sem desconto do IR na fonte, mas, somando-se os dois, ele caía na malha dos pagantes. Além de tudo, era solteiro e não apresentava nenhum comprovante de despesa dedutível. Diante das explicações de que teria imposto a pagar, o homem ficou furibundo, pediu os documentos de volta e saiu a esbravejar. Com impeachment ou sem impeachment, falta muito a este país para atingir o nível de nação, formada por cidadãos plenamente conscientes de seus deveres.

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