Políticos e a corrupção desenfreada

19 de Maio de 2017
João de Carvalho

João de Carvalho

HÁ DIAS LI, com sofreguidão, atenção e rapidez a história de um personagem chamado Ivanhoé, escrita com categoria, imaginação e senso literário agudo, pelo então advogado e magistrado Walter Scott, em seu livro do mesmo nome, cujo enredo descreve o personagem central de seu romance histórico, com as características de um verdadeiro herói, assim: Ivanhoé, o cavaleiro deserdado, voltando das Cruzadas, na Palestina, enfrenta seu temível adversário e desafiante Brian, em um torneio, em Ashby, na Inglaterra. Embora muito ferido, Ivanhoé saiu vencedor. A mão da bela jovem Hawena foi sua recompensa.

O que mais me encantou e despertou minha curiosidade foi a demonstração de que os episódios foram para a expressão da honra e dignidade dos combatentes. Eles lutaram pelo poder com bravura, lealdade e dignidade. Expuseram-se à morte. Venceu quem melhores qualidades físicas, morais, éticas e pessoais, possuía.

NÃO LUTARAM por dinheiro, mas pela honra pessoal. Não lutaram pelo poder, mas pelo amor de uma jovem. Não lutaram para servir a um chefe, mas para demonstrar seu valor pessoal. Não lutaram simplesmente por vaidade, mas para a busca de um fim nobre: a imagem de um dedicado cavalheirismo. Não lutaram pelo simples desejo de aparecer perante a sociedade, mas pelo valor de seu nome. Não lutaram para satisfazer a ganância de seus reis, mas pela expressão melhor de sua lealdade à causa maior de sua profissão. Assim, cresceram e sobressaíram em suas profissões.

Hoje, honra, lealdade, dignidade, ética não têm significado para alguns. O que vemos, ouvimos, lemos e assistimos pelas informações televisivas, jornalísticas, radiofônicas, celulares, senão notícias, informações, julgamentos, condenações de alguns homens das nossas pseudoelites políticas, jurídicas, empresariais, com imagens pessoais fora da lei, contra a lei, abaixo da lei.

Homens do poder constituído vendendo-se, comprando-se, trocando-se por vantagens indevidas, frutos da desonestidade, da indignidade, da deslealdade, da vendagem do caráter e da honra pessoais. Que imagem passam para seus e nossos filhos, na formação do caráter, esses figurões da política venal, roubando o país? Não quero citar nomes porque são mais de três centenas de figurões que deslustram a imagem dos três poderes mais nobres de nossa nação: o legislativo, o executivo e o judiciário. São vendilhões do templo pátrio! Corrompidos por empresários do mesmo quilate.

Recordo-me de um deus grego, retratado com duas caras: uma para a frente e outra para trás! É a imagem clássica de muitos de nossos políticos atuais vivendo do poder e da corrupção a qualquer preço. Estamos também diante das “esfinges” modernas, advertindo-nos: “Decifrem-nos ou devoramo-vos!”

ENFIM, vivemos hoje na expectativa de que valores mais nobres voltem à consciência dos que detêm o poder. Que esse “toma lá, dá cá” deixe de existir para que o Brasil, nossa Pátria amada, se torne realmente um lugar onde todos tenham seus direitos respeitados!

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