Para ser lembrado pelo povo

26 de Maio de 2017
João de Carvalho

João de Carvalho

QUANDO o grande brasileiro e o maior orador de todos os tempos, Ruy Barbosa, em 1º de março de 1923 morreu, em Petrópolis, a nação ficou órfã porque se apagara o sol que no seu epitáfio quisera apenas esta frase simples, mas digna de sua grandeza: Amou a justiça, viveu no trabalho e não perdeu o ideal. Assim, recolheu-se à eternidade “o libertador de cativos, defensor de oprimidos, educador do povo, reformador da Pátria, apóstolo de todas as causas liberais, o maior dentre os seus no seu tempo, e que soube falar, para além dos tempos, a eterna linguagem da perfeição literária, mestre incomparável da palavra”, assim se expressou o acadêmico da ABL, Afrânio Peixoto.

É nesta hora que os eminentes homens, que representam nossa Pátria, recebem a justa homenagem dos brasileiros agradecidos que cumpriram com honra e dignidade sua tarefa, em um desses três poderes nacionais: legislativo, executivo e judiciário. Será que a maioria desses homens/mulheres, que atuam nestas esferas máximas da Constituição Federal, mereceriam figurar na lista de honra de nossa história? Não! Talvez, meia dúzia, para nosso contentamento e admiração.

Quando busquei na Internet a descrição da Lista de escândalos políticos do Brasil, fiquei estarrecido com a listagem de casos negativos, com datas e nomes de envolvidos em escândalos de corrupção, especialmente política, entre 1960 e 2010, agora acrescida pela operação Lava Jato. Por isto, transcrevo parte do discurso do presidente norte americano, Theodore Roosevelt, datado aos 07 de dezembro de 1903. Tal texto que foi lido pelo Juiz Sérgio Moro, nestes últimos dias, nas redes sociais:

“NÃO EXISTE CRIME mais sério do que a corrupção. Outras ofensas violam uma lei, enquanto a corrupção ataca as fundações de todas as leis. Sob nossa forma de governo, toda autoridade está investida no povo e é por ele delegada para aqueles que o representam nos cargos oficiais. Não existe ofensa mais grave do que a daquele no qual é depositada tão sagrada confiança, quem a vende para o seu próprio ganho e enriquecimento, e não menos grave é a ofensa do pagador de propinas. Ele é pior que o ladrão, porque o ladrão rouba o indivíduo, enquanto que o agente corrupto saqueia uma cidade inteira ou Estado. Ele é tão maligno como o assassino, porque o assassino pode somente tomar uma vida contra a lei, enquanto o agente corrupto e a pessoa que o corrompe miram de forma semelhante o assassinato da própria comunidade. O governo do povo, pelo povo e para o povo irá perecer na face da terra, se a corrupção for tolerada. Os beneficiários e os pagadores de propinas possuem uma malévola preeminência da infâmia. A exposição e a punição da corrupção pública são uma honra para uma Nação, não uma desgraça. A vergonha reside na tolerância, não na correção. Nenhuma cidade ou Estado, muito menos a Nação pode ser ofendida pela aplicação da lei. Se nós falharmos em dar tudo o que temos para expulsar a corrupção, nós não podemos escapar de nossa parcela de responsabilidade. Primeiro requisito para o autogoverno bem sucedido é a aplicação da Lei, sem vacilo, e a eliminação da corrupção”.

(Acesse: leiturahobbyperfeito.blogspot.com.br)

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