Programa de Ação da Calamidade - PAC

03 de Janeiro de 2011
Jornal O Liberal

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O assunto já foi tema do velho Bode, em outras ocasiões, mas de nada adiantaram seus berros, pois os destinatários parecem surdos ou se fingem como tais, para que não tenham que dar a resposta que não têm. Mesmo assim, voltemos à carga, em atenção ao antigo “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, ou então a água acaba, conforme já emendou algum gaiato!

Com pompa e circunstância, o governo Lula lançou, a partir de Ouro Preto, o PAC das Cidades Históricas, prometendo, como diz o programa específico, acelerar restaurações e revitalizações de monumentos considerados marcos na história e cultura nacionais. Em outubro de 2009, na Praça Tiradentes, ouviu-se que, entre ditos monumentos, estaria a igreja-matriz de Nossa Senhora de Nazaré, no distrito de Cachoeira do Campo/Ouro Preto-MG, erguida ainda no início do século dezoito. Rodeados de ministros, entre os quais Dilma Roussef, agora presidente da República – primeira entre as mulheres - o então presidente despertou novas esperanças quanto ao futuro do histórico templo, esquecido e ofuscado pelo brilho do distrito sede municipal. Seu anúncio, suas promessas, não passaram de palavras, nada mais que palavras, soltas ao vento e a brincar com as expectativas do povo! Todo o ano de 2010 se esgotou e, com ele, o governo do presidente Lula. Ao invés de Programa de Aceleração do Crescimento das Cidades Históricas, Cachoeira do Campo entrou com sua igreja-matriz no “Programa de Aceleração das Calamidades” pois calamitosa é situação da dita igreja, que se esboroa ao ar assim como se desintegraram as palavras presidenciais quanto ao PAC das Cidades Históricas. Aos fiéis, na velha igreja, só abrir guarda-chuvas para participar dos ofícios religiosos, tal o número de goteiras. Em sinal de protesto, até o velho relógio da torre se trancou e emudeceu, não mais aceitando a manutenção paliativa, que lhe permitia, a trancos e barrancos, pontuar as horas da comunidade cachoeirense. Até quando, a igreja-matriz, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN, vai esperar por socorro? Até que seja tombada, de fato, pela irresponsabilidade e pela ação do tempo?

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