Propina não é “privilégio” de São Paulo

18 de Novembro de 2013
Jornal O Liberal

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A corrupção, neste país, assumiu forma endêmica, presente em todos os patamares da administração pública, corroendo as finanças e relegando atendimento às necessidades coletivas. Nem se fale do abatimento moral da sociedade, que luta em todas as frentes, para que a nação ocupe seu lugar entre as mais desenvolvidas, justas e sérias. Ainda não refeita do assombro causado por um escândalo, lá vem outro ainda mais escabroso e, assim, de choque em choque, a sociedade brasileira, tristemente, toma como suas as palavras de Rui Barbosa: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. O escândalo das propinas na prefeitura de São Paulo, verdadeira indústria do desvio de recursos públicos por meio de maus servidores é fenômeno repetitivo, em todo o território nacional, somente visível ao público quando o montante é tão grande como a fonte prejudicada. A benevolência das leis, que protege bandidos armados e sanguinários, também afasta a punição severa, que caberia a esses sanguessugas, mediante recursos matreiros nos tribunais. Não só a punição, com a perda temporária da liberdade e direitos de cidadania, como também a devolução, aos cofres públicos, de centavo por centavo dos valores desviados, seria o caminho para, pelo menos, arrefecer a gula com a qual se lançam ao roubo.

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