Embora não novidade em domínios tupiniquins, onde se cava buraco para, dele, arrancar tatu, indícios há de que, no município de Ouro Preto, obra complexa de engenharia se executava, sem o respectivo projeto, ou, no mínimo, incompleto, faltando-lhe o aval de instâncias superiores. A obrigatoriedade do saneamento básico, incluindo-se implantação de estações de tratamento de esgoto-ETEs, como parte de programas de governos municipais, levou Ouro Preto a construir a ETE, denominada Osso de Boi, por estar localizada em ponto com essa denominação, à margem da Rodovia do Contorno de Ouro Preto. Paralisada desde 2011, o impasse se atribuía, inicialmente, à empresa construtora, que se recusava concluir a obra, se não aceito aditivo ao contrato, elevando o custo de pouco mais de sete milhões para algo em torno de doze milhões de reais. Mas assim como “há mais mistérios entre o céu e a terra do que a vã filosofia dos homens possa imaginar”, segundo Willian Shakespeare, razão mais forte se escondia atrás da argumentação que pesava sobre a construtora. O DNIT embargara a obra, por estar sendo edificada em sua faixa de domínio e oferecer risco de desabamento para a rodovia. Discute-se agora uma solução que, dificilmente, virá sem o investimento de mais alguns milhões em lugar daqueles que já foram para o ralo. É complicado entender como se projeta tal obra em área, na qual, qualquer “zé mané” sabe não ser permitida a construção de mísero barraco. Coisas de Brasil...! Coisas de Ouro Preto...! Agora vamos roer o osso!