Quando o caráter fala mais alto

06 de Maio de 2015
Jornal O Liberal

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Definitivamente, tupiniquim não é da primeira hora, ou daqueles que tendo algo a cumprir, cumpre logo, para não ficar em débito. Se não é para receber, ganhar ou auferir qualquer vantagem, o dever que espere até o último momento. Pra que correr? Se der para cumprir, bem; se não der, fica para outra vez. E assim, na última hora há corre-corre, filas, nervosismo, impaciência com o atendimento demorado, discussões e o diabo a quatro. Se desse comportamento não resulta prejuízo ao próximo, o problema é de cada retardatário, que deve arcar com as consequências que, naturalmente, virão. Não é a mesma coisa para aquele, de cuja ação dependem ações de outros, na mesma linha do dever a ser cumprido. O Leão da Receita, a única coisa que realmente funciona neste Brasil, se põe de plantão durante sessenta dias, em março e abril de cada ano, para que o cidadão informe quanto conseguiu amealhar no ano anterior. E não adianta chorar, porque prorrogação de prazo não há. Independente de qualquer solicitação e disso sabendo, o empregador tem o dever de, logo nos primeiros dias, informar aos seus colaboradores, funcionários, empregados, servidores o quanto lhes pagou, independente de qualquer solicitação. É obrigação do empregador e não favor ao seu pessoal. Entretanto, dois dias antes de encerramento do prazo, contribuintes angustiados ainda aguardavam a informação de seus empregadores, temerosos de que tivessem de pagar multa por atraso, a exemplo de outras vezes. É aqui que entra o valor do caráter do cidadão. Se cumpridor dos seus deveres, no trabalho, não terá medo de cobrar o documento, da mesma forma que cobra o salário.

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