Que cada um cuide de si e o coveiro de todos!

05 de Março de 2015
Jornal O Liberal

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Pela primeira vez não é que, neste país grande, bobo e irresponsável, se quer invertida ação corretiva em favor da coletividade. Explicando melhor, trata-se de ação do poder público que, em princípio, seria destinada a solucionar problemas comuns, dando proteção à comunidade e punição a infratores e transgressores. Exemplo clássico dessa inversão encontra-se no trânsito. Ao invés de educar condutores, aplicar outros meios de controle, fiscalizar e punir infratores, implantam-se quebra-molas a torto e a direito, o que resulta em punição aos bons, enquanto os maus motoristas passam sobre o obstáculo como se este não existisse. Em outra ação invertida, pretendeu-se, não há muito tempo, combater a criminalidade garupeira, proibindo equipamento da garupa nas motos, ao invés de correr atrás dos criminosos. É o jeitinho maroto, tupiniquim, a empregar a lei do menor esforço, ou seja, “pelo mais fácil”, na hora de dar uma resposta ao público sobre questão que o atormenta. O estado se agiganta e faz de tudo para multar, taxar, cobrar, mas se encolhe e se esconde atrás de falácias, quando se trata de proteger a coletividade.

O mal do menor esforço, ou do “pelo mais fácil”, chegou até ao Ministério Público que, segundo noticiou a mídia, chegou a pedir da liberação da venda de antibióticos, que estejam em uso há mais de cinco anos, sob argumentação de que faltam médicos para a prescrição do medicamento. Qualquer medicamento, sobretudo antibiótico, é faca-de-dois-gumes, que somente profissional habilitado tem condições de avaliar, prescrever e aplicar, de acordo com natureza de cada paciente e do mal que o acomete. O que salva “A” pode matar “B” e “C” e somente o médico é preparado para isso entender. No Estado do Rio, o TRE, últimas eleições, cogitou de transferir local de votação, para escapar a possíveis ações da bandidagem que infestava determinada zona eleitoral, ao invés de prender os bandidos ou pô-los para correr. Um pouco mais longe, no tempo, ante muitos flagrantes de agressividade de assaltantes de rua, ao não encontrar dinheiro com suas vítimas, delegado sugeriu, na televisão, que a população levasse algum dinheiro consigo, para que não sofresse nas mãos dos marginais. Deveriam ter prendido o dito delegado, por conivência com bandidos. “Pelo mais fácil” ou lei do menor esforço, o redator preparou esta coluna, ao copiar de publicação recente todo o trecho anterior, incluindo-se título, para chamar a atenção para prova de incompetência, ou de preguiça, das autoridades na manutenção da lei e da ordem. A mais recente prova dessa incompetência veio na semana passada. Diante da onda de ataques a caixas eletrônicos bancários, cogitou-se, dentro do governo do estado de São Paulo, de pedir a proibir a fabricação da dinamite no Brasil. Os bandidos que se virem com outros recursos, mas podem continuar soltos... Piada, não?

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