Questão de escolha

12 de Agosto de 2016
Geraldo Gomes

Geraldo Gomes

Pablo Neruda, eminente escritor e poeta chileno, foi também cônsul do Chile na Espanha e no México. Considerado um dos grandes ícones da literatura latino americana, ganhou o Prêmio Nobel de literatura em 1971, dois anos antes de sua passagem para a história, em Santiago do Chile, cidade onde viveu a maior parte de sua existência.

Pablo Neruda, tendo sido considerado um hábil diplomata, ficou conhecido em todo mundo, não só como poeta e escritor, mas também como um grande pensador. Em uma de suas interessantes assertivas disse certa vez: o homem é livre para fazer suas escolhas, mas, se torna irremediavelmente prisioneiro das consequências das mesmas.

Há uma evidente congruência entre a citação deste exímio pensador e o que é comum se ouvir da sabedoria popular, pois esta diz: quem escolhe semear vento, certamente colherá tempestade. Observando as palavras de Pablo Neruda, pode-se facilmente deduzir que ele tinha em mente que o homem precisa ter sabedoria para fazer suas escolhas. Ainda mais, escolhas mal feitas levam a caminhos tortuosos; escolhas que o homem faz com sabedoria promovem o bem para si e para a sociedade em geral.

Para se fazerem sábias escolhas, é mister que o homem seja dotado de sabedoria. Salomão, um dos homens mais sábios da antiguidade e Rei de Israel, aconselhou: tema ao Senhor, porque o temor do Senhor é o início de toda sabedoria, Pv1:7. Ele temia a Deus e andou nos seus conselhos. Salomão sabia que havia um pré-requisito para que alguém adquira a sabedoria vinda de Deus: é que este tema a Deus e O coloque em primeiro lugar na vida.

A sabedoria vinda de Deus certamente é o instrumento que norteia o homem para fazer escolhas acertadas. Tiago, um dos escritores bíblicos do Novo Testamento, diz em sua carta: se alguém precisa de sabedoria peça a Deus que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada, Tg1:5.

Dentre os livros do Antigo Testamento, dois se destacam no que concerne aos ensinamentos para o homem, sobre a sabedoria: Salmos e Provérbios.

O primeiro salmo mostra nitidamente a diferença entre o sábio e o insensato. Entre aquele que faz as escolhas corretas segundo a vontade de Deus, e, quem prefere abandonar a sabedoria vinda do alto, escolhendo seguir seus próprios caminhos. Diz este salmo: bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores e não se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na Lei do Senhor, e, nela medita de dia e de noite. Bem-aventurado é o mesmo que feliz. Portanto feliz é o homem que escolhe meditar nas palavras da Sagrada Escritura e seguir os seus preceitos. Deus promete prosperidade para quem escolhe andar em seus caminhos, pois diz o salmo que este será como árvore frutífera que no tempo certo produzirá seus frutos.

Aqueles que escolhem a estultícia, em vez da sabedoria ensinada nas Escrituras, seguindo os seus próprios desejos, diz o salmo primeiro: são como a moinha que o vento dispersa, não subsistirão no juízo, nem na congregação dos justos. O homem pode escolher viver sabiamente, ou viver segundo o curso deste mundo, levado pelos ventos das ilusões terrenas, pelos vícios e paixões. Deus, ao criar o homem, não o fez como um robô autômato. Deus o criou com livre arbítrio. Portanto ele pode escolher a sua forma de viver, mas como disse Pablo Neruda, ele será sempre prisioneiro de suas escolhas.

Enquanto o homem vive ele tem de fazer suas escolhas. Algumas simples, outras que podem ter sérias consequências se forem errôneas. Ninguém pôde escolher em que família nascer, em que país nascer nem quando isto aconteceria. Porém, uma vez dotado de discernimento e de livre arbítrio, enquanto vive ele pode escolher de que forma quer morrer: o Senhor Jesus oferece o perdão dos pecados para todos.

Mesmo o mais vil dos pecadores poderá escolher mudar o rumo de sua vida e começar uma nova vida com Cristo. Isto constitui a magnífica escolha pela vida, a vida eterna que o Senhor Jesus oferece a todos, sem acepção de pessoas. Para fazer a escolha certa independe da situação em que se encontra o homem. Necessita-se sim é de uma disposição sábia e correta do coração. Os dois malfeitores estavam na mesma situação, sendo crucificados ao lado de Jesus. Um deles escolheu ouvir a voz de Cristo e foi salvo, pois Jesus lhe disse: hoje mesmo estarás comigo no paraíso; o outro escolheu continuar rebelde e herdou a perdição. Céu ou inferno, é uma questão de escolha. Em Cristo está a vitória para o homem. Ele venceu o tentador estando no deserto.

A este disse quando foi tentado: nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus. Jesus escolheu obedecer a Deus, mesmo estando no deserto. Ao contrário, Adão, estando no paraíso, escolheu o caminho da desobediência ficando eternamente prisioneiro desta escolha.

Vida eterna com Deus ou morte eterna é questão de escolha do homem. Não importa onde o homem está, deverá pedir a Deus sabedoria para fazer a escolha certa. Ele sempre estará sujeito às consequências desta escolha, ou para o seu bem ou para o seu mal. Viver com Cristo no paraíso como Ele prometeu ao ladrão na cruz ou viver em perdição eterna para sempre é uma questão de escolha. Vale à pena pensar neste assunto com toda sinceridade de coração. Esta é uma decisão sábia, pois o destino final de toda pessoa é uma questão de escolha.

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