Senadoras perderam o rumo democrático

14 de Julho de 2017
Jornal O Liberal

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O país viveu, recentemente, onda de grandes manifestações populares, cujo objetivo era o combate à corrupção, combate aos maus políticos e a busca da moralização na coisa pública. Extensas massas coloridas por faixas, cartazes e muita animação, ocuparam ruas, praça e avenidas, em todo o Brasil, a pedir mais Política (com P maiúsculo) e menos politicalha, mais ações e menos discursos, mais investimentos e menos corrupção, mais República e menos republiqueta. Prevaleciam nelas a ordem, a paz, a alegria (embora houvesse motivo para o choro), até o bom humor, tudo a compor ambiente do qual participava a família, da criança ao ancião. Embora toda a organização se voltasse para a manifestação pacífica, digna de um povo civilizado e consciente do valor da democracia, na qual tudo e todos podem, de acordo com a lei e respeito aos direitos de terceiros, a quebra da harmonia se fez por obra de pessoas contrárias aos princípios da disciplina coletiva. Intituladas pela mídia como vândalos, porém mais merecedoras dos epítetos “bandidos” e “baderneiros”, ameaçavam e promoviam quebra-quebras direcionados ao patrimônio público e privado. Teoricamente, não comprometeram as boas intenções, não deixando, entretanto, de causar prejuízos materiais por onde agiram e, sobretudo, prejuízos morais ao direito coletivo de se organizar, disciplinadamente, em protesto. Passaram por cima de tudo, até da vida, quando um cinegrafista profissional foi morto, em trabalho, por um rojão lançado por baderneiros. Violentaram a democracia, excedendo-se na liberdade que ela própria concede! Também foi isso que fizeram as senadoras oposicionistas, que ultrapassaram todos os limites, em sua tentativa antidemocrática, de impedir que se votasse o projeto da Reforma Trabalhista. Guardadas as devidas proporções agiram como os baderneiros de rua, ao afrontar a própria dignidade do cargo, do Senado, dos seus pares naquela casa legislativa e do povo que representam. Direito de lutar, democraticamente, pela não aprovação do projeto, todos têm; direito de protestar, também. Entretanto, antes disso há que considerar a ética e o bom senso, coisas que, infelizmente, as senadoras oposicionistas não fizeram, assim como os arruaceiros de rua.

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