Somos todos passageiros do mesmo barco

22 de Julho de 2017
Jornal O Liberal

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Desde há algum tempo, novos rumos têm sido dados às relações humanas dentro das empresas, o mesmo se realizando entre empresas, sempre com o objetivo de estreitar a colaboração na busca do melhor, que satisfaça ao indivíduo, aos grupos e a toda a coletividade. O consumidor passou a ser cliente, com deveres e direitos que, numa relação normal, o levam à fidelidade, a chave do sucesso de quem vende ou presta serviços. Nos empreendimentos, de qualquer dimensão, valoriza-se a parceria, que transcende os limites dos mesmos e alcança outros com os quais se relacionam ou interagem. Causa espanto, pois, o descaso de grande empresa que, depois de muitos anos de ligação com determinada clientela, mudou critérios na relação e a abandonou, deixando de fornecer-lhe seu produto, sem qualquer explicação para sua atitude. Nem vendedor de banana, dentro dos novos conceitos, agiria dessa forma! Alguns clientes tinham mais de trinta anos de fidelidade, e, nem o fato de a empresa ser da comunicação reconheceu-lhes o direito de receber prévio comunicado do rompimento. O que acontece com pessoas, dentro deste mundo, que se pretende desenvolvido com tecnologia, cada vez mais apressada e atrevida? Estão a perder a noção da interdependência humana, mesmo sob a realização de tantos congressos, seminários e eventos similares, todos a tratar dessa questão. Simultaneamente, em outro setor, na implantação de grande empreendimento, para o qual se requer o envolvimento de parceiros, empresários locais são preteridos de forma deselegante, incluindo-se informação de que até mesmo o consumidor visado não residente no local. À pretensão apresentada, de participação no negócio, é-lhes respondido não ter o perfil dos candidatos já sondados em centros metropolitanos. Verifica-se, na tentativa de atrair parceria, uma inversão de valores, desdenhando-se o público local, não reconhecendo nem o empresário experiente e conhecedor do mercado regional, para valorizar quem vem de longe, de outros mercados com outros hábitos, talvez a pensar que o que vale lá também vale cá. Nem sempre é assim. Da árvore, no local nascida, as raízes conhecem a terra que as nutre, mas o mesmo pode não acontecer com a transplantada!

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