Sentados no próprio rabo

08 de Junho de 2014
Jornal O Liberal

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Cobrar comportamento e atitudes, politicamente corretas, dos que estão acima na pirâmide socioeconômica virou moda, mas teria mais força essa cobrança, se escorada em ética e coerência no comportamento de quem cobra. É o que acontece, por exemplo, quando críticas virulentas se voltam contra a corrupção, “condenando-se” corruptos, sem deixar de cometer erros semelhantes em pontos mais baixos da pirâmide, sob a forma de pequenas vantagens em desfavor de outrem. A incoerência se repete em circunstâncias diversas, não escapando nem a questão ambiental com a mobilização de grupos contra complexos industriais, em defesa da natureza. Entretanto, na contramão de toda a polêmica levantada por ambientalistas, a mesma sociedade, da qual estes são parte, produz poluição “gratuita” e nada lhes acontece, ainda que simples advertência. Reclama-se dos motores a combustão (veículos) grandes poluidores, mas enquanto isso, lixo e resíduos são queimados nos quintais, pneus viram grandes colunas de fumaça negra em manifestações, às vezes justas nos motivos, porém agressivas na forma. Assim como o “sonzão” não se contém entre as paredes que o cercam, fumaça produzida no quintal prejudica a vizinhança em suas atividades, causando-lhe transtornos e prejuízos. Parodiando o dito “de grão em grão, a galinha enche o papo”, de “fumacinha em fumacinha” se produz grande poluição. Com a palavra o guardião ou guardiã do Código de Posturas.

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