Três vivas para o prefeito de Ouro Preto!

17 de Fevereiro de 2017
Jornal O Liberal

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*Marcelo Rebelo

Com a calamidade financeira batendo à porta dos municípios, o carnaval virou um problema para quase todos os prefeitos. E para lidar com essa situação acabaram surgindo três tipos de administradores. Os precavidos que resolveram arcar com o ônus da impopularidade e passar fevereiro sem confete e serpentina. Os imprecavidos que abriram o saco de bondades e vão garantir a festa de momo em alto estilo gastando como se a crise não existisse.

Felizmente, há um terceiro tipo, o verdadeiro administrador público, com senso de oportunidade para se sobressair nos momentos mais adversos. Essa categoria está muito bem representada pelo paulista, João Dória, que se apresenta não como político, mas como gestor e tem feito um excelente trabalho naquela capital.

Ainda bem que não precisamos ir a outro estado para buscar um bom exemplo de gestor, capaz de oferecer um belo carnaval aos seus munícipes sem gastar um único tostão dos recursos públicos. O prefeito de Ouro Preto, Júlio Pimenta, é prova viva de que é possível fazer administração pública com eficiência, profissionalismo e respeito ao contribuinte, nos momentos mais difíceis.

Mesmo assumindo a prefeitura com uma dívida de 43 milhões de reais, deixada pela gestão anterior, Júlio Pimenta usou da criatividade para garantir seis dias de folia de momo aos ouro-pretanos e turistas.

Com os cofres vazios, ele e equipe não se abateram, arregaçaram as mangas e, valendo-se do grande apelo histórico da cidade e de seu carnaval famoso em todo o país, promoveram um Chamamento Público e com isso a prefeitura angariou 2,3 milhões de reais como patrocínio para a folia.

Ambev e água mineral Bella Minas foram as maiores interessadas em associar suas marcas à tradicional festa mineira, que atrai milhares de foliões todos os anos. Juntas, elas custearão todo o carnaval ouro-pretano, incluindo os cinco palcos espalhados pela cidade com atrações variadas, o desfile das sete escolas de sambas, a estrutura para os blocos, os bailes infantis, além de garantir bandas e som mecânico nos 10 distritos.

Enquanto Ouro Preto garante seis dias de festa a custo zero, o carnaval deste ano foi cancelado por falta de verba em pelo menos 70 cidades brasileiras. O número equivale ao de municípios que já decretaram estado de calamidade financeira: 73, segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN). O corte envolve desde grandes capitais até cidades pequenas, algumas com forte tradição na folia como Nova Lima, Poços de Caldas, Ouro Branco e Patos de Minas.

Tempo difíceis requerem prefeitos de visão, aptos a trazer para a administração pública conceitos como competitividade, meritocracia e empreendedorismo. É necessário que saibam buscar formas alternativas para captar e, sobretudo gerir a receita hoje escassa.

E nosso vizinho de Ouro Preto, o prefeito Júlio Pimenta, deu nesse carnaval uma aula de como se fazer gestão eficiente nos momentos de crise.

Três vivas para ele e que surjam mais gestores assim!

*Jornalista na prefeitura municipal de Itabirito

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