Vaidade

05 de Março de 2015
Valdete Braga

Valdete Braga

Na medida certa, pode ser muito positivo. Quando nos envaidecemos por algo que fazemos, pelo que somos, ou mesmo por algum elogio recebido, podemos fazer disso motivo de auto-estima e crescimento. A vaidade, por si só, não é nociva. O problema é quando a pessoa extrapola na vaidade, passando a se achar melhor do que todo mundo. Exemplos comuns encontramos no meio artístico. Não é raro algum ator ou atriz destacar-se em algum trabalho e ficar insuportável depois. Nem todos estão preparados para lidar com o sucesso, principalmente quando ele chega muito rápido.

Mas não é somente entre os famosos que isso acontece. É mais comum do que parece. Pode acontecer com um amigo, um vizinho, um parente... o ser humano é tão imprevisível, que um degrauzinho subido pode virar a cabeça de alguns. A pessoa se sobressai no trabalho, na sociedade, ou por um lance de sorte, não importa, e ao invés de agradecer a Deus, passa a se achar superior. E o triste é que ela passa a acreditar mesmo nisso. Começa a olhar os outros de cima, a viver em função dos quinze minutos de fama e não percebe que está abrindo para si mesma um buraco cada vez mais fundo.

O que é conseguido com facilidade é perdido com a mesma facilidade. Aquele que sobe pisando nas pessoas, não imagina que pode se encontrar com essas mesmas pessoas, quando estiver descendo. E fatalmente encontra. O tamanho da queda é proporcional ao da altura. Vaidade, em si, não é defeito. Mas ela não pode engolir o ser humano. É preciso muito cuidado para não confundirmos amor próprio com orgulho exagerado. Todo excesso acaba mal. É muito bom ser amado, reconhecido, apreciado... todos nós buscamos isso na vida. Mas é essencial possuirmos a dosagem certa de auto-estima e humildade; e não me refiro à visão errônea de humildade que acha que ser humilde significa andar de cabeça baixa ou ter medo de encarar o outro. De jeito nenhum. Refiro-me à humildade de saber valorizar o outro, de não se achar acima do bem e do mal e de reconhecer o erro, quando errar. Refiro-me à humildade que engrandece o Ser.

Nem todos sabem lidar com isso. Um golpe de sorte pode colocar qualquer um no topo da pirâmide. Mas para permanecer lá é preciso maturidade, competência, segurança e a tal humildade, na verdadeira acepção da palavra. Com esses quatro ingredientes, trabalho e fé em Deus, qualquer pessoa se garante, mas sem eles, a queda é inevitável.

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