“A gente não trabalha com a possibilidade de não voltar a operar”, diz Samarco à Câmara de Mariana

Mariana,
14 de Abril de 2016

A mineradora aguarda liberação de órgãos ambientais para retomada da produção

Preocupados com os postos de trabalho garantidos pela Samarco e com a economia de Mariana, o presidente da Câmara, Tenente Freitas, e os vereadores Adimar Cota, Bruno Mól, Fernando Sampaio e Geraldo Sales “Bambu” receberam o gerente de segurança do trabalho da Samarco, Álvaro Pereira, o especialista em produtos sênior, Augusto Lessa, e o consultor e ex-funcionário da empresa, José Ricardo.

A empresa renovou o lay-off para não demitir funcionários por mais dois meses. Assim, a suspensão dos contratos de trabalho para requalificação profissional vai até o dia 25 de junho. Essa medida permite que a Samarco se ajuste ao cenário de paralisação da sua produção, diminuindo temporariamente os seus custos. O prazo anterior do lay-off já havia sido prorrogado do dia 1º de março para o dia 25 de abril.

Durante esse período, parte da remuneração dos funcionários é paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e a outra parte do rendimento é custeada pela própria empresa. Outra medida adotada é que não haverá renovação dos contratos com empresas terceirizadas à medida que atingem a data de vencimento. A Samarco está treinando seus funcionários para absorver com mão de obra própria todas as funções na empresa.

Os representantes da Samarco ressaltaram que não há perspectivas de demissões. O que ocorreu nos últimos dias foi o anúncio feito pela Vale do seu projeto de expansão da atividade mineradora de Carajás. A empresa, que é detentora de 50% das ações da Samarco, disponibilizou vagas para os colaboradores que queiram atuar no Projeto Ferro Carajás S11D, no sudeste do Pará.

Ainda não há previsão de retomada da exploração de minério de ferro pela Samarco. A mineradora aguarda o posicionamento dos órgãos ambientais diante do seu pedido de utilizar as cavas de Germano e Alegria para depositar rejeito arenoso e lama fina, respectivamente. De acordo com Augusto Lessa, a produção teria sobrevida por mais três anos até que estudos revelem uma solução definitiva. “A gente não trabalha com a possibilidade de não voltar a operar”, afirma Lessa sobre o constante trabalho da empresa em busca dos melhores caminhos para minerar com responsabilidade no município.

O presidente da Câmara, Tenente Freitas, mostrou preocupação com possíveis lençóis freáticos na região. Os representantes da empresa afirmaram que as cavas já são mineradas e que há supervisão de uma equipe de Meio Ambiente.

A Câmara convocou uma audiência pública para o dia 26 de abril com o tema “O futuro da mineração em Mariana: O caso Samarco”. O objetivo é reunir funcionários da empresa, comerciantes, parlamentares e órgãos responsáveis pelas licenças ambientais. O debate terá início às 18h no Centro de Convenções de Mariana.

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