A vinda da Coca-Cola Femsa “é o maior marco econômico da história de Itabirito”

Itabirito,
07 de Agosto de 2012

Prefeito Manoel da Mota “está tranquilo em relação à instalação de CPI pela Câmara Municipal”

Polêmica criada, após vereadores de oposição questionarem o modo como se deu desapropriação de terreno – que será utilizado para instalação de fábrica verde da Coca-Cola em Itabirito – são respondidas pelo atual prefeito da cidade, Manoel da Mota. Confira a entrevista feita pelo jornal O LIBERAL.

O LIBERAL: Como o senhor analisa esta CPI instaurada pela Câmara?
Manoel da Mota: Eu vejo com muita naturalidade, pois estamos em uma democracia madura. A CPI é um direito da Câmara Municipal, que deve fiscalizar os atos do Poder Executivo. O problema é quando fazem uso eleitoral de uma CPI. Por exemplo, uma parte da imprensa local afirmou, erradamente, que a CPI poderia levar à minha cassação, e não há nenhum fundamento nisso.

O LIBERAL: Ela o preocupa?
Manoel da Mota: Quem não deve não teme. A Prefeitura não tem nada a temer. Todas as informações que forem solicitadas serão atendidas de maneira imediata, pois estamos trabalhando com dinheiro público, que é um dinheiro sagrado. Em todas as minhas administrações eu sempre investi em ações que melhorassem a vida dos itabiritenses, usando cada centavo em benefício do povo.

O LIBERAL: Mas estão dizendo que o terreno foi supervalorizado.
Manoel da Mota: Quem está dizendo isso está mal informado, ou mal intencionado. Estão confundindo o valor do terreno, com o valor pago de indenização à empresa, com cerca de 20 anos de atuação, que teve que fechar as portas.

O LIBERAL: Por que a Biocarbo teve que deixar o local?
Manoel da Mota: Ocorre que nós tivemos que regularizar toda a situação do Distrito Industrial da BR040, que só existia no papel. Meus antecessores fizeram uma desapropriação totalmente irreal, querendo pagar por terreno de terceiros apenas R$ 0,70 o metro quadrado. Veja você, R$ 0,70 é o valor que se paga por meio litro de leite. O resultado é que existiam mais de meia centena de ações judiciais contestando a desapropriação feita em 2008. Além disso, há que se considerar as atividades da Biocarbo, uma empresa de alta tecnologia, mas que trabalha com o alcatrão vegetal, que é um poluente.

O LIBERAL: E o que isso tem a ver com a Coca-Cola?
Manoel da Mota: A Coca-Cola Femsa instalará no mesmo Distrito Industrial a sua primeira fábrica verde, e isso é totalmente incompatível com o alcatrão. Por isso, a Biocarbo teve que sair.

O LIBERAL: Como se chegou a este valor pago a Biocarbo?
Manoel da Mota: Foi montada uma comissão oficial composta por uma equipe qualificada e multidisciplinar, que avaliou o terreno de 3.051 m² em R$ 610.200,00. As benfeitorias, formada por galpões, tanques, estação de tratamento de efluentes e escritórios totalizavam uma área de 1.035,81 m², que foi avaliada em R$ 1.151.116,37. Somando estes valores, chegamos a quantia de R$ 1.761.316,37. Esse valor é somente do terreno e das benfeitorias. Aí que está toda a confusão. Estão querendo comparar este valor, com o valor total de R$ 5,5 milhões, que incluem a indenização da empresa, que teve que encerrar subitamente suas atividades.

O LIBERAL: O que mais deveria ser pago, além do terreno e das benfeitorias?
Manoel da Mota: Nenhuma empresa no mundo vai concordar em paralisar suas atividades somente pelo valor do terreno e das benefeitorias feitas, ainda mais no curtíssimo prazo que era exigido. A Biocarbo perdeu contratos internacionais, teve que dispensar seus funcionários, sair do local, deixando a área livre e desimpedida em curto prazo. A empresa terá ainda que procurar outro local e buscar a licença ambiental para voltar às suas atividades. Tudo custa tempo e dinheiro. Isso deve demorar cerca de 2 anos, em que a empresa deixará de ter faturamento. Segundo a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, a Biocarbo tinha um faturamento (VAF) de, no mínimo, R$ 1,5 milhão por ano, perdendo neste tempo mais de R$ 3 milhões. Foram cerca de R$ 800 mil só para cobrir as rescisões trabalhistas referentes à dispensa de funcionários, que a empresa teve que fazer, danos em máquinas e equipamentos, e os gastos com a saída da empresa do local. Somando-se o valor do terreno, das benfeitorias e dos prejuízos que a empresa teve, chegou-se a um acordo amigável de R$ 5,5 milhões.

O LIBERAL: O senhor considera que o valor foi justo?
Manoel da Mota: Sim, pois atendia a interesses maiores do munícipio, que necessitava da área para a instalação da maior marca do mundo em Itabirito, e que representa a independência econômica de nossa cidade. A vinda da Coca-Cola Femsa é o mais importante marco econômico de nossa cidade, representa geração de empregos, um compromisso total com o meio ambiente e principalmente, um investimento de R$ 300 milhões para a construção da primeira fábrica verde da franquia, no mundo. Para se ter uma ideia, a reconstrução do Mineirão está custando R$ 600 milhões. É como se Itabirito estivesse recebendo uma obra equivalente a meio Mineirão: R$ 300 milhões. O valor de R$ 5,5 milhões foi o valor pago à Biocarbo para que a Coca-Cola pudesse investir mais de R$ 300 milhões em Itabirito.

O LIBERAL: Além dos R$ 300 milhões investidos na construção da fábrica, quanto o munícipio deve arrecadar com a instalação da empresa?
Manoel da Mota: O munícipio investiu R$ 13,5 milhões para a compra dos terrenos para que pudesse receber diretamente cerca de R$ 60 milhões por ano somente do repasse de ICMS. São recursos públicos, que serão bem investidos para garantir mais qualidade na saúde, educação, cultura e infraestrutura para o nosso povo. Esta é uma grande conquista. E nosso povo só tem a comemorar com a vinda da Coca-Cola Femsa.

O LIBERAL: Com todas estas explicações, no que o senhor acha que dará esta CPI?
Manoel da Mota: Estou tranquilo. Quem não deve, não teme.

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