Assassinatos em Antônio Pereira apavoram moradores

Ouro Preto,
28 de Outubro de 2016

Um misto de sentimentos têm assombrado os moradores do distrito de Antônio Pereira, em Ouro Preto, nos últimos dias. Dois crimes hediondos, e ainda sem solução, causaram revolta e medo não só à população local, mas em toda a cidade.

Em menos de 15 dias, duas mulheres desaparecidas foram encontradas mortas. O primeiro desaparecimento foi percebido dia 12 de outubro e o corpo foi encontrado 11 dias depois, no domingo (23), quando moradores procuravam por uma outra mulher, desaparecida no sábado (22). Na segunda-feira (24), o segundo corpo foi encontrado.

A primeira vítima foi Ingrid Michele Rosa, de 35 anos, conhecida como Raquel. O seu corpo foi encontrado num matagal a alguns metros do asfalto que leva até a gruta de Nossa Senhora da Lapa. A segunda, a zeladora da gruta, Caetana Felipe Melchiades, de 47 anos, foi encontrada na tarde da segunda-feira (24), há 40 minutos a pé da do seu local de trabalho. Em ambos os casos os corpos estavam nus e as vestimentas sumiram, sendo encontrada somente uma peça de roupa íntima de Ingrid.

O presidente da Associação de moradores do distrito, Alexsander de Oliveira, relata que há um áudio circulando pelo WhatsApp, ainda mais assustador. Segundo ele, a mensagem afirma que o suposto assassino tem uma lista com cinco mulheres marcadas para morrer. “É aterrorizante dizer isso, mas temos que estar atentos. Orientamos que ninguém ande sozinho, não vá para fazer caminhada em direção à Vila Samarco até que se apure e prenda o assassino. É uma situação muito complicada. Estamos em pânico”, finaliza.

Alex ainda orienta a população de Antônio Pereira, especialmente mulheres e crianças, que tenham cautela ao andar pela comunidade. “A situação está sendo apurada pela polícia. E eles estão dando suporte, mas precisamos que isso seja de forma contínua”, disse.

Suspeito

Na noite da terça-feira (25), a Polícia Civil colheu o DNA de um possível suspeito pelas mortes. O homem, que foi conduzido à delegacia, estava com marcas de arranhões em seu corpo. Primeiramente ele alegou ter caído de um caminhão que teria pegado carona. Depois, em contradição, ele declarou que as marcas seriam resultado de uma briga de rua. O suspeito tem passagem pela polícia por estupro, cumpridos sete anos de prisão, e estaria solto há seis meses.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que, devido ao período de flagrante já ter vencido, o homem não poderia ser preso. Ainda conforme a corporação, o resultado do exame deve ficar pronto dentro de 30 dias.

Manifestação

Na manhã de terça-feira (25) moradoras do distrito fizeram uma manifestação nas ruas aos gritos de “Antônio Pereira pede socorro”, “Justiça” e em orações. Os moradores da comunidade estão em pânico. “Estamos enfrentando um momento de terror. Não temos ainda nenhuma explicação em relação ao que está acontecendo. Essa manifestação foi feita para chamar atenção do poder público e pedir ajuda. Estamos simplesmente abandonados”, queixa-se a moradora Marlete.

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