Baluarte da história de Itabirito

Itabirito,
23 de Março de 2012

Acervo constituído e organizado por colecionador contribui para a preservação da memória da cidade

Com apenas 16 anos, José Antônio de Souza despertou-se para hobby de colecionar e não parou mais. O acervo cresceu e se transformou em relíquias e material de pesquisa sobre a “cidade encanto das Alterosas”, como chama à terra natal o colecionador. Ex-funcionário de empresas da cidade e morador do bairro Santo Antônio, José Antônio de Souza, hoje aos 47 anos, dedica um espaço próprio em sua residência para cultivar o hábito e catalogar com zelo milhares de jornais, fotografias antigas, livros, revistas, reportagens e objetos de época, que contam a história da Itabirito do início do século XIX aos dias atuais. O combustível dessa empreitada, segundo ele, é o prazer em contribuir com a preservação da memória.

Entre as pérolas, uma cópia de abaixo-assinado, de 1927, de 31 folhas de assinaturas em prol da preservação do Pico de Itabirito, tendo entre seus ilustres signatários o poeta Carlos Drumonnd de Andrade; um cofre do extinto Banco da Lavoura, que ganhou do 3º prefeito da cidade, Antônio Gomes Batista, do qual adquiriu também um exemplar de maio de 1945, do “O Jornal” (RJ), com a manchete do “Dia da Vitória”; reportagens e fotografias sobre a vida e obra de personalidades de Itabirito, tais como, Telê Santana, José Bastos Bittencourt, Dr. Guilherme Gonçalves, Coronel Agostinho Rodrigues, Primo Cavalieri, Padre Adelmo, José Teodoro Alves Júnior, esse o primeiro prefeito. José Antônio também abriga em seu acervo fotografias de época, a exemplo de uma de 1955, da Usina Esperança, da Igreja São Sebastião na época de sua construção e da Corporação Musical Santa Cecília, aproximadamente de 1927, com a presença de Zico Lopes, pai de Telê Santana.

Ele chegou este ano a mais de 2.500 exemplares de jornais. Alguns datam da metade do século passado como “O Pastor”, o primeiro que se sem registro na cidade, o “Jornal de Itabirito”, “Gazeta de Itabirito” e o mais recente “Itabirito Notícias”. “A propósito, essas publicações já noticiavam amplamente o transbordo do Rio Itabirito e as enchentes na região central da cidade”, conta entusiasmado José Antônio. Chama a atenção também os exemplares de jornais ainda em circulação, como de dezembro de 1938, do Jornal “Estado de Minas”, e a primeira edição do O LIBERAL, de agosto de 1988. “Olvidar o passado é negar o presente, por isso me interessa arquivar as publicações de todos os tipos e de tudo que sai sobre Itabirito”, diz o colecionador que, aos críticos, tem a reposta na “ponta da língua”: “Jamais emita um ponto de vista acerca de um determinado assunto sem ter pleno conhecimento de causa”.

José Antônio de Souza afirma que não pretende parar tão cedo. Ele lavrou um “Termo de Doação” de todo material com a Casa de Cultura de Itabirito, a fim de, em sua ausência, acondicioná-lo em local público da cidade. “Que as gerações vindouras desfrutem de um acervo qualitativo e grandioso sobre a bela, altaneira e querida Itabirito”, diz o colecionador, para quem “a preservação da memória coletiva da cidade contribui sobremaneira para seu engrandecimento, não deixando no ostracismo seus patrimônios material e imaterial”.

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