Denúncias contra o Saae dominam pauta da Câmara de Mariana

Mariana,
10 de Outubro de 2011

Em debate, uma nova política de saneamento em Mariana.
As atuais questões envolvendo o Serviço Autônomo de Águas e Esgoto (Saae) de Mariana levaram os vereadores a repensarem as finalidades e soluções para os problemas estruturais de água e esgoto que enfrenta a cidade de Mariana. A má gestão administrativa, cancelamentos de contratos, assédios morais e perseguição a servidores estariam entre os problemas vivenciados atualmente pela autarquia, criada na administração do ex-prefeito Celso Cota para aumentar a qualidade da vida da população.

O assunto foi um dos destaques da agenda da Câmara Municipal, durante a sessão ordinária de segunda-feira, 3. A situação repercute em Mariana, principalmente por causa de uma determinação judicial que obrigara o Saae a restabelecer contratos de prestação de serviços, como para a construção de reservatórios de abastecimento em diversas localidades. “O povo de Mariana não tem culpa da incompetência de pessoas que por lá passam”, disse a vereadora Aída Anacleto (PT), que ainda destacou que casos de “assédio moral são crimes contra o servidor municipal, e devemos investigar isso”.

A tarifação do serviço de água e esgoto seria uma possível solução para se estruturar a autarquia. No ano passado, Mariana teria perdido cerca de R$ 66 milhões do governo federal. Mesmo assim, segundo o vereador Juliano Duarte, a autarquia prevê, para 2012, gastos de R$40 milhões. “Enquanto não tivermos uma tarifação mínima da água, o Saae continuará aquém da autossuficiência”, argumenta o vereador. Cogitou-se até a extinção do Saae. “A solução é retornar com o Departamento de Água e Esgoto”, defendeu o vereador Fernando Sampaio. Já o professor Reginaldo de Castro questionou essa proposta, já que “um grande volume recursos foram investidos desde a criação da entidade”, que seriam em torno de R$ 30 milhões.

Por outro lado, especula-se a transferência dos serviços para a Copasa, empresa pública do governo estadual, e a continuidade da não cobrança sem antes garantir uma água de qualidade à população. A questão toda está estritamente relacionada a mais investimentos e eficácia administrativa no setor, caso contrário, Mariana continuará sob o castigo da hidro-política. O presidente da Câmara, Geraldo Sales de Souza, o Bambu, pediu para a comissão de sindicância averiguar as denúncias levantadas pelo plenário. Um relatório da comissão deverá ser apresentado na reunião ordinária de segunda-feira, 10.

Obras do Catete e veículo para Terezinha

Também dominaram a pauta do legislativo os transtornos à população marianense por causa das obras de transposição do Córrego do Catete. Transeuntes, moradores e comerciantes estão indignados com os problemas causados com a interdição da Avenida Nossa Senhora do Carmo, a falta de informações sobre os recursos investidos na obra e as supostas alterações do projeto original, iniciado na administração interina de Bambu. Para esclarecer tais problemas, na próxima semana a Câmara recebe a presença do secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Altair Marchetti, do ex-secretário municipal de Obras e Serviços Públicos, Adenilson Moreira, da Associação de Moradores do Bairro Vila do Carmo, entre outros.

Apresentou-se também, na reunião ordinária, Projeto de Lei, de autoria do executivo com vistas à aquisição de veículo para a prefeita municipal, no valor R$ 150 mil, mais especificamente um “Toyota Corolla”. O valor e o objeto surpreenderam a muitos, já que a iniciativa sustenta-se no “atendimento às necessidades da administração e do gabinete da prefeita”.

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