Esclarecimento ao Público

Ouro Preto,
02 de Março de 2012

Em atenção aos que me perguntam por que, eu, Nylton Gomes Batista, deixei as fileiras da S. M. União Social, esclareço o que acontece. Na verdade, não deixei as fileiras, nas quais atuei por 57 anos (a se completar em abril próximo), mas fui expulso. A seguir, aponto o porquê e como fui expulso.

Há mais de 60 sessenta anos, por meio de intercâmbio informal (não escrito e sem interferência de diretoria), músicos da Corporação Musical União Itabiritense / Itabirito participam das atividades da Sociedade Musical União Social / Cachoeira do Campo e músicos desta participam das atividades daquela, sempre que a banda de origem do músico não esteja em serviço. Sempre foi mantida a lealdade do músico à sua banda de origem e respeito de uma banda aos direitos da outra. Entretanto, nos últimos quatro ou cinco anos, músicos jovens (alguns menores de 18 anos, contando com a passividade dos pais) da “União Social” têm deixado de comparecer a compromissos de sua banda para participar da “União Itabiritense”, chegando a “União Social” a alterar programação devido a isso.

Depois de tentativas infrutíferas junto a esses músicos, dois diretores da “União Social”, acompanhados por mim, tiveram encontro com o presidente da “União Itabiritense”, em sua sede. Os diretores da “União Social” solicitaram ao presidente da “União Itabiritense” que este adotasse o mesmo princípio seguido por eles em Cachoeira do Campo: só convidar músicos da outra banda quando esta estiver livre, respeitando assim os direitos da concorrente. Na mesma ocasião, foi entregue, ao mesmo presidente, histórico do intercâmbio informal (sempre sem interferência de diretor) e proposto um “Termo de Ajuste de Conduta” a ser assinado pelas diretorias das entidades envolvidas. O presidente da “União Itabiritense” recusou a proposta, dizendo, rispidamente: “isso é problema seus”. À reclamação, de que em data bastante recente em relação àquele dia, a “União Social” deixara de cumprir compromisso, motivada pela evasão de músicos para integrar a “União Itabiritense”, que cumpria compromisso no mesmo dia e hora, aquele presidente negou que o grupo reclamado tivesse lá comparecido. Repetiu, várias vezes, que o grupo não compareceu, acrescentando que os jovens (incluindo-se menores de 18 anos) teriam se desviado para outro destino, não apontado. Felizmente, sabia-se que a negativa era falsa, pois o transportador contratado pelo presidente da “União Itabiritense” é músico integrante da “União Social”. Ele deixou o grupo junto à “União Itabiritense” e retornou a Cachoeira do Campo (embora participe também daquela banda) para cumprir seu compromisso musical, que acabou por não se realizar. Novas tentativas de evitar que o grupo comparecesse a atividades da “União Itabiritense”, em dia de compromisso da “União Social”, foram feitas, sem resultado.

Em abril de 2011, foi eleita e empossada nova diretoria da “União Social”. O grupo continuou a comportar-se da mesma forma até que, em setembro, extrapolou-se na indisciplina e deslealdade: durante o cumprimento de serviço contratado, o grupo abandonou as fileiras, embarcou ali mesmo em veículo contratado pela “União Itabiritense” e foi participar de atividade desta última.

No dia 2 de outubro de 2011, tomei a iniciativa de ler manifesto, em apoio à diretoria e à manutenção da disciplina, diante de toda a banda, diretores e público presente. Conclamei a entidade a se levantar em prol da disciplina e conseguir do grupo indisciplinado o compromisso por escrito (menores de 18 anos representados pelos pais) de não mais proceder daquela forma. Ao mesmo tempo informei que me ausentaria das fileiras da banda, durante três meses, tempo para que se fizessem as correções. Se, ao fim daquele período, compromisso por escrito não fosse obtido, eu me consideraria expulso pelo grupo indisciplinado.

Findo o prazo, ao invés de cópia do “Termo de Compromisso” assinado pelo grupo junto à “União Social”, recebi, dia 12 de janeiro último, carta (datada de 3 de janeiro) da diretoria com insinuações de que eu teria pedido a exclusão dos jovens músicos indisciplinados; sugestão que, em nenhum momento se fez. E a participação na “União Itabiritense” é, nela, tratada como “problema”, que já vinha de diretorias anteriores, como se fosse condenável e não louvável a participação dos músicos em outras bandas com sede fora de Cachoeira do Campo. Se a “União Social” visse isso como problema, ou proibisse seus músicos, estaria a negar seu passado quando, em momentos mais difíceis, obteve a cooperação de companheiros músicos da própria C. M. União Itabiritense / Itabirito, da C.M. Santa Cecília / Itabirito, da S. M. S. B. Jesus de Matosinhos / Ouro Preto, da S. M. S. B. Jesus das Flores / Ouro Preto, da extinta S. M. Santa Cecília / Glaura e até da C. M. União Operária / Nova Lima; estaria a desagradecer àqueles companheiros por todos os esforços voluntários em prol da “União Social”. O que se cobrou e se cobra do grupo dentro da “União Social” é a lealdade aos demais companheiros e respeito à banda de origem, assim como procedem os companheiros da “União Itabiritense” e quaisquer outros em relação à sua respectiva banda.

De acordo com o manifesto de 2 de outubro, não conseguido o compromisso escrito de fidelidade à “União Social”, considero-me expulso pela indisciplina de alguns, depois de 57 anos dentro das fileiras da banda.

Esta publicação se faz em respeito ao direito de os integrantes e associados da Sociedade Musical União Social terem informação transparente sobre o que acontece, repudiando, ao mesmo tempo, quaisquer manifestações no anonimato ou na obscuridade de boatos sem fundamento.

Nylton Gomes Batista

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