Moradores e autoridades se unem pró-Samarco

Mariana,
29 de Março de 2016

Cerca de 500 moradores de Mariana se reuniram na passeata pelo retorno das atividades da Samarco, realizada no sábado (12). Deputados estaduais, vereadores e demais autoridades da região participaram do ato.

Sob palavras de ordem e gritos como “Justiça sim, desemprego não”, comerciantes, empresários, moradores das áreas atingidas, funcionários públicos e autoridades regionais se uniram para manifestar seu apoio ao retorno das atividades da Mineradora Samarco, paralisadas desde novembro do ano passando quando ocorreu a tragédia em Bento Rodrigues.

A comerciante Poliane Lube, uma das líderes do movimento “Justiça sim, desemprego não” falou sobre a importância de lembrar o caráter civil da manifestação, não permitindo que se torne um ato político. “Não deixe que isso vire um ato político. Políticos vão ter, é necessário pra fazer essa ponte. Mas essa é uma passeata da nossa comunidade. Que fique bem claro para a sociedade que isso não vai ficar só aqui, nós focamos agora no desemprego, mas lutaremos por vários direitos. Vamos mostrar para o mundo que não foram 600 atingidos, foram 60 mil”, afirma Poliane. Ainda de acordo com ela, em reunião do grupo com a Samarco, a mineradora informou que já entrou com solicitação para retomada das atividades. Então, como forma de apoio, durante a passeata foram recolhidas assinaturas que serão levadas aos órgãos competentes “para que eles deem prioridade ao caso”, explica a comerciante.

Segundo o prefeito de Mariana, Duarte Junior (PPS) para manter os serviços essenciais o Executivo está utilizando os 19 milhões, recebidos da mineradora Vale a título de compensação por exploração mineral, que seriam para investimentos. “A nossa realidade, ela é cruel, é difícil, mas graças a Deus a gente vê aqui que a população entendeu e tá do nosso lado para que a gente possa fazer a cidade voltar a fluir”, salienta Du, que também explicou como a situação econômica afetará nos serviços municipais. “Hoje temos 120 médicos que custam 2,4 milhões por mês, nós servimos 19 mil refeições mensais e mantemos uma escola integral. Se não recuperarmos a receita, infelizmente os serviços essenciais deixarão de existir. Além de um grande número de demissões”, finaliza.

Deputados estaduais também estiveram presentes na manifestação, entre eles, o deputado Thiago Cota (PMDB) que falou sobre seu apoio ao retorno da mineração. “Eu defendo a mineração por entender que Minas Gerais é minério no seu nome. Nós viemos para esse estado para minerar, essa é a nossa vocação. Acho que temos que defendê-la e buscar forças para que a volta da Samarco seja o mais breve possível. Lógico, respeitando os tramites legal e buscando uma nova etapa para a mineração”, explica o deputado.

O deputado federal, Domingos Sávio, os deputados estaduais João Leite e Antônio Jorge, prefeitos de Acaiaca, Congonhas, Urucânia, Itabira e Santa Cruz Escalvado, assim como os vereadores de Mariana, estiveram presentes no ato.

Ministério Público

A Secretaria de Educação, da Prefeitura de Mariana emitiu na sexta-feira (11) uma convocação a todos os diretores de escolas públicas do município para comparecer a manifestação. No documento exigiam ainda a presença de um número mínimo de alunos que cada escola deveria levar, sendo considerado dia letivo para os estudantes, que receberiam lanches antes e depois do ato.

O documento causou repercussão e revolta nas redes sociais e até mesmo denúncia ao Ministério Público que emitiu notificação, entregue na residência do prefeito, em que pediam providências para reparar a convocatória, ilegal e inconstitucional.

“Foi um erro. Nunca poderia ser uma convocação, mas sim um convite. Então na mesma hora mandei um documento a todos os diretores explicando que não seria mais ponto facultativo e convidando a todos”, explica o prefeito.

Comércio

De acordo com informações dos comerciantes, no final do ano passado, as vendas tiveram porcentagem simbólica e se mantiveram baixas até o carnaval. ”Devido a tudo que aconteceu, não poderíamos esperar uma situação melhor. Foi bom, mas o pior vem depois que passam as datas comemorativas e então dá uma caída enorme no comércio”, destacou uma representante da classe.

Moradores e autoridades se unem pró-Samarco - Foto de Caroline HardtMoradores e autoridades se unem pró-Samarco - Foto de Caroline Hardt
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