ONU: resposta ao desastre de Mariana tem que ser mais ativa

Mariana,
14 de Janeiro de 2016

Integrantes do Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Empresas e Direitos Humanos, em visita oficial ao Brasil, foram a Mariana (MG) e se reuniram com vítimas do rompimento da barragem de rejeitos de mineração do Fundão para ouvir a avaliação dos afetados sobre o desastre. Na declaração preliminar, divulgada na quarta-feira (16/12) após 10 dias de visita ao país, o grupo avaliou que as autoridades estaduais e federais precisam assumir um papel mais ativo na resposta ao desastre.

O texto registra que, apesar da empresa Samarco, mineradora responsável pela barragem, ter a obrigação por reparar os danos causados, o Estado permanece o principal garantidor do respeito aos direitos humanos das comunidades afetadas.

“Pessoas no local disseram que não tiveram oportunidade de conversar com o governo federal. É importante que governo responda dentro de suas obrigações, e essa não foi a impressão que tivemos”, disse Pavel Sulyandziga, que é um dos integrantes do grupo de trabalho.

De acordo com a declaração, embora a Presidência da República tenha informado o grupo sobre as ações de assistência emergencial, “o governo precisa fornecer informações mais claras à população, bem com orientações sobre o processo de reassentamento e a definição da compensação”.

Pavel Sulyandziga disse que as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem relataram incerteza em relação ao apoio de longo prazo que receberiam para reconstruir suas vidas. Há, ainda, a preocupação com o risco de rompimento de novas barragens. O grupo de trabalho também se reuniu com representantes da Samarco, promotores públicos estaduais e procuradores federais.

Os integrantes do grupo consideraram que houve falha no plano de contingência da mineradora e reconheceram o esforço da Samarco para tomar medidas após o desastre. Também elogiaram o trabalho dos promotores e procuradores.

Entre os dias 7 e 16 de dezembro, o grupo de trabalho esteve em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, São Paulo e Brasília, onde foram recebido por representantes da Presidência da República e de diversos ministérios, na Câmara dos Deputados, e por integrantes de organizações da sociedade civil e do meio empresarial.

Após apresentar as observações da visita ao governo brasileiro, eles aguardam retornos para elaborar o relatório oficial da missão que será submetido à 32ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, em junho deste ano.

Por Yara Aquino – Repórter da Agência Brasil

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