Os dez anos do Coletivo Olho de Vidro com a exposição “Olho no Olho”

Ouro Preto,
05 de Agosto de 2016

Mostra é reaberta para integrar o Fotógrafos em Ouro Preto e Mariana

O olhar apurado e sensível de três fotógrafos e de um artista gráfico, moradores de Ouro Preto, fez surgir, em 2006, o Coletivo Olho de Vidro. Formado pelos fotógrafos Alexandre Martins, Antônio Laia e Eduardo Tropia, e pelo poeta Guilherme Mansur, o Coletivo Olho de Vidro traz, anualmente, exposições temáticas de fotografia, sempre com uma intervenção artística. Em 2016, para comemorar os dez anos de atuação, o quarteto traz Olho no Olho, que voltou à cena ouro-pretana no dia 03/08 (quarta-feira), no Centro Cultural SESI Fiemg (praça Tiradentes, 4 – Centro de Ouro Preto/MG). A exposição integra a programação do Fotógrafos em Ouro Preto e pode ser vista até 28 de agosto.

A cena artística-fotográfica de Ouro Preto sempre contou com atuantes de destaque, que se dedicam a focalizar o concreto e o abstrato que permeiam a cidade. O que inspira, e isso é unânime, é o que emociona. Aliado a essa tomada de consciência do que reflete a emoção, há também o que perturba, o que transcende, o que grita e o que é silêncio. Dentro dessa perspectiva surgiu, em 2006, um coletivo formado pelos fotógrafos Antônio Laia, Heber Bezerra e Eduardo Tropia, com o poeta Guilherme Mansur, que deu o nome ao grupo. Alexandre Martins juntou-se ao coletivo no ano seguinte.

Anualmente, o Coletivo Olho de Vidro traz exposições fotográficas temáticas, aliadas a intervenções artísticas, em que cada integrante imprime seu próprio olhar. A particularidade de cada um se tornou fundamental para a construção de um trabalho em unidade. A técnica, o olhar, o ângulo, o sentimento e para onde se destina a lente da câmera de cada um deles são aspectos que dão a forma desejada e o admiração pelo trabalho final. Não há troca entre os fotógrafos durante a execução do trabalho. O impacto se dá na montagem da exposição quando todos revelam seus trabalhos e ali se concretiza a diversidade dos olhares sobre o tema ou mesmo suas possíveis variáveis.

O tema da exposição de 2016, Olho no Olho, foi escolhido por Alexandre Martins. “O tema sugere um olhar retrospectivo sobre o que produzi nesses dez anos. Sem me repetir, mas fiel a minha linguagem, pretendo fazer uma releitura dos temas criando um elo entre eles”, conta. Para Eduardo Tropia, dez anos é uma trajetória de mudança, mas também se configura como algo cíclico. “Não sabemos o que vem por aí. É sempre um desafio trabalhar uma ideia contemporânea”, ressalta. A fotografia revela, também, a importância do indivíduo se manifestar por meio da arte. Segundo Antônio Laia, os dez anos do coletivo trazem essa perspectiva. “É preciso manifestar a inquietação que existe em nós, observar o que está acontecendo em volta da gente e revelar essas nuances por meio da foto”, conta.

A reabertura da exposição tem, também, a apresentação das fotografias produzidas pelos participantes da Oficina Olho de Vidro, realizada durante uma semana, com o acompanhamento de Alexandre Martins, Antônio Laia e Eduardo Tropia. Os participantes produziram ensaios, cada um com um dos temas de trabalhos dos fotógrafos do Coletivo Olho de Vidro. Participaram da oficina Sueli Santos (tema: O chão e o achado), Felipe Fragoso (Um perfume de cores invadiu Margot), Robson Peixoto (Vilas de Minas & Outrassolidões), Ane Souz (O Barroco Liberto), Sylvia Vartuli (Murus) e
Márcio Luiz (Vidra).

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