Ouro Preto recebe a Entrega da Medalha da Inconfidência

Ouro Preto,
03 de Maio de 2012

Nesse último 21 de Abril, como de costume, Ouro Preto foi palco da Entrega da Medalha da Inconfidência. O presidente da cerimônia, governador Antônio Carlos Anastasia, entregou a premiação a 192 pessoas. Nesse ano, em especial, se deu a comemoração da criação de 60 anos medalha, pelo governador Juscelino Kubistcheck, em 1952.

Dentre os agraciados, estão o presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis; o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota; o procurador-geral da República, Roberto Gurgel; o presidente do Banco do Brasil Aldemir Bendine; entre outros.

Antes da Cerimônia foi lançada a visita online do Museu da Inconfidência, seguida pelo ato solene em comemoração aos 120 anos da Imprensa Oficial em Minas. A Orquestra Sinfônica do Estado também compareceu e fez execuções musicais durante o evento.

Mas nem tudo foi festa

A cerimônia recebeu protestos e reclamações. Cidadãos ouro-pretanos e manifestantes de Belo Horizonte compareceram ao evento para fazer suas exigências. As pessoas de Ouro Preto, que estavam insatisfeitas com o evento, reclamaram a respeito das grades, que impedem a população de adentrar ou mesmo de se aproximar da premiação. O grupo belo-horizontino, agitando com gritos como “cadeia já, para os fascistas do Regime Militar” e “Dilma e Anastasia é a mesma porcaria”, veio protestar em favor da punição dos torturadores.

A cidadã de Ouro Preto, Carmen Lúcia, reclama a respeito das grades: “estamos aprisionados”. Bem como da postura do Governador: “quando o Anastasia foi entrevistado na Rádio Itatiaia de Ouro Preto, ele disse que era contra fechar a praça para o povo. Se ele fosse eleito, isso não iria acontecer”. E desabafa: “nós fomos traídos por Aécio”. O sentimento de tristeza da ouro-pretana se daria porque, em seu ponto de vista, a postura do governador seria inadequada, sendo o senador Aécio Neves um de seus grandes apoiadores.

Mas a revolta da moradora não morre por aqui: “Dá ônibus e comida para o povo de BH fazer campanha para ele”. De acordo com Carmen Lúcia, algumas pessoas que estavam acomodadas dentro das grades do evento, teriam recebido esse benefício. Tatiane de Jesus, moradora de Ouro Preto, compactua com essa opinião: “nós ouro-pretanos somos menos privilegiados. Esse povo que entrou é um bando de puxa sacos.” Por fim, questiona: “porque os de BH podem e nós não?”

Mas não havia somente pessoas de Belo Horizonte acomodadas dentro das grades. Também havia outras, que estavam do lado de fora e protestando. Gritavam: “torturador é inimigo, o militar tem que ser punido”. Clara Nunes, representante do Movimento Feminino Popular, e que estava entre os manifestantes, afirma que seu grupo é “democrático de verdade. É popular”. Assim, “a primeira causa é encampar as mulheres. Aqui (no momento da entrega das medalhas) a campanha é de punição aos torturadores mandantes dos crimes do Regime Militar”, explica.

Crovymara Batalha entrega seu contracheque à governador

A vereadora e professora da rede estadual Crovymara Batalha entregou seu contracheque referente ao mês de fevereiro ao governador do Estado Antônio Anastasia. O ato aconteceu durante a solenidade cívica do “21 de Abril”, em Ouro Preto, em repúdio à desvalorização da categoria e à falta de um plano de cargos e salários. Crovymara recebeu a Medalha da Inconfidência em função dos importantes serviços prestados à comunidade nos 30 anos de magistério. “Em nome de toda a categoria, pude entregar pessoalmente o contracheque ao governador, uma vez que estávamos no contexto oficial da cerimônia”, afirma Crovymara, que recebeu a homenagem por indicação do prefeito Angelo Oswaldo.

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