Projeto da UFOP mostra elevação nos preços em Mariana

Mariana,
05 de Novembro de 2015

Alguns alimentos tiveram mais de 90% de aumento no último mês

O custo de vida dos moradores de Mariana aumentou em setembro, é o que mostra a pesquisa realizada pelo Departamento de Ciências Econômicas e Gerenciais da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) que aponta a elevação da inflação como uma das responsáveis pelas alterações. A iniciativa prevê disponibilizar à população, mensalmente, a variação dos preços na cidade.

O projeto “CIDATAnia – Sociedade e Estatística” é uma iniciativa dos professores do Departamento de Ciências Econômicas e Gerencias e do Departamento de Estatística da UFOP e pretende implementar o índice de preços ao consumidor de Mariana (IPC-MARIANA) que funcionará como um indicador do custo de vida no município. Mensalmente, entre os dias 10 e 20 de cada mês, o preço de cerca de 60 estabelecimentos e 424 produtos e serviços serão pesquisados e, após análise, será liberada a variação dos valores.

A análise realizada foi dividida em sete itens: alimentação e bebidas, vestuário, habitação, artigos de residência, transporte e comunicação, saúde e cuidados pessoais, educação e despesas pessoais. Além de apontar a variação em relação aos valores, a pesquisa aponta os produtos que tiveram maior elevação de preço e os que tiveram queda, sugerindo aos moradores quais produtos devem ser substituídos.

O setor da alimentação registrou alta de 6,22% no mês de setembro. Alguns produtos como limão, laranja, abobrinha, batata doce e chuchu tiveram aumento de mais de 60%, amendoim em grão, filé mignon, orelha de porco, frango e o amido de milho mais de 20%. Contudo, outros alimentos como caqui, sardinha, lagarto, alho e o melão tiveram mais de 20% em redução dos preços.

No vestuário, a cidade apresentou no setor dos calçados aumento de 3,32%, enquanto no item das roupas houve queda de 1,11%. Produtos para habitação tiveram elevação de 0,46%, tendo a bucha para lavar louça, sapólio em pó e o álcool com aumentos de mais de 15%. Outros artigos de residência como guarda roupas, travesseiros e sofás apresentaram queda nos preços.

Em transporte e comunicação a alta foi de 2,11%, com elevação do diesel a 6,07%, da gasolina 4,22% e da troca de óleo a 29,73%, aproximadamente. Cuidados pessoais e saúde houve redução de 0,32%, embora o aumento na cefalexina, diclofenaco e paracetamol tenha sido de 39,85%, 30,28% e 26,02%, respectivamente. Quanto aos produtos de educação, como cadernos, canetas e papel sulfite, a elevação foi de 28,84%, 20% e 6,50%.

Cesta básica e o custo de vida

A pesquisa para calcular o custo de vida na cidade utiliza como cálculo a variação dos preços da cesta básica, estruturada a partir da cesta básica oficial do DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, em consonância com o Decreto Lei nº399 de 30 de abril de 1938, e a estimativa de horas de trabalho necessárias para adquirir os produtos. No caso de Mariana, no mês de setembro, a cesta básica elevou-se cerca de 14%, com custos totais de R$ 344,08, sendo preciso trabalhar cerca de 96,06 horas, em relação ao salário mínimo, estabelecido em R$ 788,00, para adquiri-la. O aumento do valor foi comparado com o de Viçosa, onde a cesta fica em torno de R$ 262,10, tendo então uma diferença de R$81,98.

Elevação na inflação

O IPC-MARIANA registrou, segundo a pesquisa, considerada elevação na inflação no mês de setembro desse ano, comparado ao mês anterior. Com 1,75% de aumento na inflação, Mariana ultrapassou o índice oficial do Brasil, 0,54%, assim como as cidades de Belo Horizonte e Viçosa, que registraram valores de 0,68% e 0,53%, respectivamente. Segundo a pesquisa, uma das explicações para a elevação foi o aumento no preço de produtos como o gás de cozinha e o combustível, além de alimentos que compõe a cesta básica.

Os responsáveis pelo projeto pretendem disponibilizar no site da UFOP as informações completas. No momento, os interessados podem enviar email para csmendes@icsa.ufop.br solicitando cópia da análise, que será atualizada mensalmente.

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