Samarco promove visitação às áreas de barragem para apresentar obras de contenção de rejeitos

Mariana,
25 de Novembro de 2016

Mineradora levou imprensa da região para conhecer os locais onde a lama passou e o que é realizado para recuperar

A construção do dique S4 na área de Bento Rodrigues tem causado polêmica entre os antigos moradores, pois prevê o alagamento de parte do distrito. A obra faz parte de um sistema da mineradora para a contenção da lama de rejeitos que está dispersa desde o rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015. Para esclarecer e apresentar as obras emergenciais, em função do período chuvoso, a Samarco convidou a imprensa da região para uma visita durante toda a quinta-feira (17) ao Complexo Minerário de Germano.

Acompanhada pelo Coordenador de Construção, o engenheiro Eduardo Moreira, a equipe visitou as obras que integram o sistema emergencial de retenção de sedimentos, sendo eles os diques S1, S2, S3 e S4, e as barragens Eixo1 de Fundão e a Nova Santarém. Toda estrutura foi autorizada pelo Governo de Minas Gerais e tem como objetivo conter a lama que ainda vaza da barragem de Fundão, o que pode se agravar com o período chuvoso.

A polêmica envolvendo a construção do dique S4 é que a estrutura prevê a inundação de 1/3 da área do distrito, mas a empresa garante que não irá atingir as ruínas do local. “A altura do dique não afeta as ruínas do distrito. Ela abrangerá apenas a parte de baixa do vale”, assegura o engenheiro Eduardo Moreira. De acordo com a Samarco, o dique é a única forma de impedir que os rejeitos que estão na área de Bento contaminem os rios da região. O dique é provisório e poderá ser desativado dentro de cinco anos ou menos.

Outro ponto de questionamento é a posse do terreno. Para que a empresa pudesse realizar as obras, o Governo determinou a requisição administrativa dos terrenos, que afeta a posse, mas não a propriedade. Assim, o Governo irá definir os procedimentos, mas caberá à mineradora repassar ao Estado as verbas para a indenização pelo uso da área.

Os diques e as barragens

A Samarco garante que as atuais estruturas do sistema de contenção em Germano estão estáveis e que a empresa está trabalhando 24 horas em turnos sucessivos para finalizar as obras antes do período chuvoso. A expectativa é finalizar os trabalhos em dezembro. “Todo o trabalho e as barragens são monitoradas em tempo real por meio de radares e inspeções diárias. Utilizamos equipamentos de alta tecnologia para este acompanhamento como escaneamento a laser e a instrumentação geotécnica para a avaliação técnica, sendo que, para a barragem de Germano, as leituras são automatizadas, com aquisição de dados online, além da utilização de drones”, explica Moreira.

Os primeiros diques, S1 e S2, que já estão com a sua capacidade atingida, foram construídos ao longo do córrego de Fundão com porte menor para atender às necessidades ainda no pico do primeiro período chuvoso, em janeiro deste ano. O dique S3 já foi construído com uma estrutura mais robusta e maior e atualmente passa por obras de alteamento para ampliar sua capacidade. Já o S4 está em andamento, assim como a construção da barragem de Nova Santarém. Paralelamente à construção dessas estruturas emergenciais, a Samarco continua com o trabalho de recuperação dos diques de Sela, Selinha e Tulipa, localizados logo à frente da barragem de Germano.

Para atender às necessidades de longo prazo, a mineradora está com a implantação do Eixo 1, que é uma estrutura que prevê um dique, um barramento e um vertedouro. Essa estrutura está localizada na antiga barragem de Santarém, ao lado da construção da nova. De acordo com a empresa, a capacidade total do Eixo 1 será de cerca de 20 milhões de metros cúbicos, garantindo a retenção de todo volume ainda existente em Fundão.

Cava Sul Alegria

Um outro local que a Samarco almeja depositar rejeitos é a Cava Sul Alegria. Para tanto, a empresa precisa de licença ambiental para extrair o restante de minério no local e o preparar para o depósito de rejeitos. A Samarco se limitou apenas a falar sobre as obras de recuperação e contenção. Mas destacou que, assim que liberada a licença, que não tem prazo previsto, irá precisar de no mínimo seis meses para adequar a Cava para retomada das atividades.

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