Samarco suspende contrato com colégio e estudantes ficam sem escola em Ouro Preto

Ouro Preto,
30 de Setembro de 2016

As consequências do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, parecem não ter fim. Passados 10 meses, depois de deixar 17 mortos, centenas de famílias desabrigadas e milhares de desempregados, a tragédia agora atinge cerca de 260 estudantes que ficarão sem escola no próximo ano letivo. A Samarco informou que terá que suspender no final deste ano o contrato de subsídio para manutenção da unidade Cônego Paulo Diláscio do colégio Arquidiocesano na Vila Samarco, distrito Antônio Pereira.

Inconformados com a notícia e com o objetivo de conscientizar a população da importância do colégio, membros do conselho de pais e alunos fizeram uma manifestação na tarde da segunda-feira (26) quando fecharam por duas horas a MG-129, impedindo o acesso às minas da Samarco. “Entendemos que a manutenção do colégio é uma dívida que a Samarco, Vale e BHP têm com nossa cidade e região. Essas empresas lucraram bilhões à custa do nosso trabalho e nosso minério, e a quantia necessária para manter o colégio funcionando nos moldes atuais é mínima frente a esse valor”, explica um dos manifestantes.

A Samarco informa também que, sendo a escola uma instituição privada, cabe exclusivamente à sua direção a decisão quanto ao seu futuro. A Samarco reitera que mantem diálogo constante com o corpo diretivo da escola e com a Arquidiocese de Mariana, à qual a instituição é ligada. Dos 270 alunos, 60 recebem bolsa integral custeada pela Samarco, que cobre a mensalidade de R$ 667, alimentação, uniformes, livros e transporte. Outros 66 alunos são beneficiados com bolsas parciais, que são os filhos de empregados da empresa. Os profissionais do colégio também ficarão sem emprego, 42 professores e 37 funcionários.

A Samarco

Em nota, a Samarco lamentou o encerramento do convênio com o Colégio e disse que a decisão foi tomada devido às condições financeiras da empresa após o rompimento da barragem de Fundão. “A empresa esclarece que, mesmo com as dificuldades financeiras, esse foi o único convênio mantido no ano de 2016, como esforço para não prejudicar o ano letivo”, justifica.

A mineradora destacou ainda, por ser uma instituição privada, cabe exclusivamente à sua direção a decisão quanto ao seu futuro. “A Samarco reitera que mantem diálogo constante com o corpo diretivo da escola e com a Arquidiocese de Mariana, à qual a instituição é ligada”, conclui.

O Colégio

Desde 1999 o Colégio Arquidiocesano atua na Vila Samarco a convite da mineradora. Nos últimos anos o colégio se consolidou como Escola Modelo, sendo reconhecido em toda a região por sua metodologia de ensino e seu trabalho de inclusão, diferencial de todos os colégios da região.

De acordo com a secretaria de Educação, o fechamento parece ser irreversível, e como se trata de uma instituição particular, os alunos serão encaminhados para a rede estadual.

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