Uma nova era na política ouro-pretana?

Ouro Preto,
19 de Agosto de 2016

Pela primeira vez em quase três décadas, José Leandro e Angelo Oswaldo não concorrem diretamente

As eleições em Ouro Preto, este ano, têm algo de diferente. A tradicional polarização entre os “angelistas” e “leandristas” ainda perdura em algum grau, entretanto, pela primeira vez nem Angelo Oswaldo, nem José Leandro concorrem ao cargo máximo do executivo municipal. A última vez que isso ocorreu foi nos já distantes anos 1980, antes de muitos ouropretanos sequer terem nascido.

No caso de Angelo Oswaldo, já era esperado que não concorresse, com a preferência pelo seu sucessor, Júlio Pimenta, longamente sinalizada, e o convite do governador, aceito, para integrar como Secretário de Cultura os quadros do governo do estado. A surpresa, entretanto, veio com a decisão de José Leandro que desistiu publicamente do pleito municipal, poucos dias antes do começo do período oficial de campanha. Apesar de especulações acerca de queda na popularidade de Leandro, a razão mais premente seria o peso de denúncias oferecidas por, dentre outros, vereador Wander Albuquerque, que resultaram em ação do Ministério Público do Estado de Minas Gerais sob a Operação Minerva, que investiga superfaturamentos na prefeitura da cidade. Diante de violenta turbulência política causada pelas acusações, o atual prefeito teria preferido não concorrer.

Ainda que não tenham sempre se enfrentado diretamente ao longo dos últimos 30 anos, ou José Leandro ou Angelo Oswaldo sempre concorreram pela prefeitura. Até 1988, fim do primeiro mandato de José Leandro, seguido por seu sucessor, Wilson Milagres, que ficou até 1992, Angelo e José Leandro se alternaram na prefeitura, com hiato de 4 anos para o governo Marisa Xavier, entre 2001 e 2004, que impediria a reeleição de Leandro àquela altura. Cada um, Leandro e Angelo comandaria o executivo de Ouro Preto por mais de uma década ao menos.

Assim, as eleições atuais de Ouro Preto têm algo de inédito. A ascensão de novas lideranças, com ou sem o apoio de Angelo ou Leandro, indicam um amainar da tradicional polarização na política de Ouro Preto. Nomes como Gleiser Boroni, Dr. Dimas, Leo Feijoada, Júlio Pimenta, Caio Bueno, Chiquinho de Assis, Leleco, etc. concorrem para ocupar o vácuo deixado por essa polarização política, e mesmo outras lideranças surgem a todo momento, trazendo algo de novo para o cenário de Ouro Preto.

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