Universitárias são assediadas e agredidas em república de Ouro Preto após rejeitarem agressor

Ouro Preto,
03 de Março de 2016

Durante uma festa de formatura na madrugada do sábado, dia 20, um rapaz de 28 anos agrediu três universitárias em uma república de Ouro Preto. As jovens foram brutalmente agredidas com murro no olho, soco no queixo e golpe no pescoço, além de várias ofensas verbais.

A confusão teve início quando o acusado, depois de assediar várias garotas na festa, tentou beijar e agarrar a força uma delas, que reagiu mordendo a orelha do rapaz na tentativa de se defender. Ao presenciar a cena, outras duas amigas foram defender a moça e partiram para cima do agressor. O homem desferiu golpes que resultaram em dois pontos no queixo de uma e um hematoma ocular na outra.

De acordo com as vítimas, os moradores da república tentaram conter o acusado, mas que totalmente fora de si começou a quebrar vários objetos da casa. Em depoimento ao jornal Estado de Minas, uma das vítimas contou que “nem da polícia ele parecia ter medo. Quando a PM chegou, ele falava assim: ‘Chama logo um advogadinho de merda. E a polícia podia me liberar logo, que tenho que acabar de quebrar a casa’”.

O caso foi parar na delegacia, mas a agressão não se enquadra na Lei Maria da Penha pelo fato das vítimas não possuírem nenhum tipo de vínculo com o agressor e será tratado como lesão corporal leve. Depois de publicado no facebook, o relato ganhou grande repercussão, com quase 10 mil curtidas e mais de 2.200 compartilhamentos. No post as vítimas agradecem o apoio de todos e informam que este não é um fato isolado, mas é o primeiro a ser denunciado. “Neste momento temos que nos unir para dar fim a esse tipo de ato, que infelizmente estamos sujeitas a passar em qualquer tipo de ambiente, mesmo dentro da casa dos nossos próprios amigos. Ninguém merece passar por isso e esse tipo de situação, esse machismo, já passou da hora de acabar. Essa foi a primeira denúncia de agressão física contra mulher dentro do ambiente republicano. O assédio moral e sexual é algo cotidiano na nossa sociedade, são vários os casos de mulheres que sofreram agressão por recusar a investida de agressores. Contamos com o apoio de todos e que esse ato sirva de exemplo e transmita coragem para as agredidas e punição para os agressores! CHEGA!”, diz o texto.

A UFOP

Questionada a Ufop enviou a reportagem do jornal O LIBERAL uma nota que está publicada em sua página, depois de destacar que o agressor não possui vínculo com a instituição, que repudia qualquer ato de violência, em qualquer instância, local e circunstâncias. “A Ufop, por meio de suas equipes especializadas, está dando toda a assistência às vítimas. A administração irá instaurar imediatamente uma sindicância para apuração, no âmbito da instituição, de todo o ocorrido”, afirma o documento. A nota finaliza chamando a atenção para que “a comunidade acadêmica se mobilize para evitar distorções dessa natureza, não tendo dúvidas em denunciar aos canais competentes quaisquer desvios que possam desencadeá-las”.

Universitárias são assediadas e agredidas em república de Ouro Preto após rejeitarem agressor
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