11 de agosto de 2012

11 de Agosto de 2012
Valdete Braga

Valdete Braga

Há algum tempo, uma pessoa recusou-me no facebook. Fiquei magoadíssima, porque o dito cujo aceitava todo mundo, menos eu, fiquei pensando o que eu teria de pior do que os outros, etc.

Hoje, com todo o respeito a quem usa, raramente eu entro e descobri que a minha mágoa foi uma tolice sem tamanho. Fico observando, é tanto “eu te amo”, “beijinhos”, as relações se banalizaram nas redes sociais. Eu aceito todos os que me convidam e saio clicando em todo mundo, mas eu filtro os meus amigos. Logicamente é possível duas pessoas passarem de conhecidas a amigas pela rede social, isso é inegável. Tem gente que se conhece lá e até se casa depois...

Mas para isso é preciso um tempo, uma convivência. Pessoas que nem se conhecem se tornarem amigas de infância de um dia para o outro é banalizar algo tão importante como amizade.

Confunde-se amizade com companheirismo, coleguismo... Não que esse tipo de relação também não seja importante. Existem colegas que são uma benção em nossa vida.

Mas amigo... amigo é muito mais do que mostrar-se em redes sociais (até porque a gente só mostra o lado bom). Será que alguém já reparou que no facebook todo mundo é perfeito? Só se postam frases ou textos de auto-ajuda, todo mundo é bom, honesto, ali as pessoas beiram a divindade.

Pelo amor de Deus, eu não estou aqui falando mal das redes sociais. Reconheço as suas qualidades. Estou apenas tentando mostrar que elas também têm seus defeitos. Depende do uso que se faz delas.

E como nenhum de nós, seres humanos, gostamos de admitir nossos defeitos, só colocamos ali o que temos de melhor. Isso é natural, mas como já disse, banaliza as relações.

A pessoa que me recusou me disse; “nós já temos um meio de comunicação, que é o e-mail, não precisamos ficar postando prá todo mundo ver”. Segundo ela, eu questiono muito (o que não é mentira) então seria melhor continuarmos só no e-mail!

Gente boa, mas... É lógico que os questionamentos que faço particularmente aos amigos no e-mail eu não vou escancarar em uma página que qualquer pessoa pode ler a qualquer hora. Seria desrespeito.

E é aí que eu quero chegar: nos amigos a gente confia, se mostra abertamente, é quem realmente é, um todo formado de positivismo e negativismo, já que ninguém é perfeito.

Alguns zoam comigo porque às vezes eu entro no “face” e escrevo lá: “Fulano, mandei um e-mail para você. Favor ler e me retornar”. Tem gente que morre de rir e uma vez me perguntaram porque eu não postava direto o assunto. Respondi que porque era particular, e não prá todo mundo - amigos e colegas - participarem.

Jamais eu conversaria em uma rede social da mesma forma que em e-mails particulares. Nem todos fazem essa diferença. Só que ela existe e é importantíssimo que seja utilizada pelos internautas.

Uma coisa é utilizar o facebook como meio de ajuda social, ou para repassar alguma informação, ou como diversão, etc. É válido sim, não questiono isso. O que eu questiono é a palavra “amigo” tão mal empregada. E a exposição total de alguns, que colocam em risco a sua própria integridade.

Vivemos em um mundo sem privacidade. Eu jamais colocaria questões particulares em uma rede social. Ninguém deveria fazê-lo. Enviar mensagens, postar textos ou frases de otimismo e amor à vida é muito legal, mas eu já vi pessoas brigarem via internet. Assim como alguns se casam, outros rompem relação. Um desentendimento que talvez meia hora de conversa resolvesse, vira exposição pública e faz mal a ambas as partes. Que tolice a minha, magoar-me por algo tão bobo! Até porque eu uso o “face” tão pouco...

Comments powered by Disqus

Newsletter

Acompanhe-nos

Encontre-nos no Facebook